As raízes da identidade de um povo estão no sentido que ele dá à vida humana, que tem a família como fonte e origem de toda pessoa. Jesus entrou no mundo nascendo em uma família, fazendo o mesmo caminho de todos os seres humanos. Sua estrutura pessoal a recebeu de seus pais, perfazendo a trajetória comum de todas as pessoas.
A sociedade necessita de famílias bem estruturadas para que tenhamos pessoas de caráter, responsáveis e comprometidas com a vida em todas as suas manifestações, capazes de escolher o caminho da vida.
Muitas responsabilidades próprias dos pais estão sendo transferidas para outras entidades. É sintoma de uma sociedade que terceiriza tudo, inclusive a formação das crianças nos seus primeiros anos de vida que sabemos ser determinantes. Os casais devem avaliar tudo isso e tirar suas conclusões e ver onde centram seus interesses.
Os filhos são dons de Deus, nascem bons, frutos do amor conjugal e precisam ser educados nos princípios humanos e cristãos. No aconchego familiar vão amadurecendo nas virtudes e aprendendo a fazer escolhas responsáveis e maduras proporcionais a idade.
Sem convivência saudável, a vida pessoal e familiar cai no esvaziamento e a fraternidade fica comprometida, impedindo ao ser humano de tomar decisões marcadas pela justiça, pelo amor e pela paz.
A Campanha da Fraternidade nos ajuda a olhar de frente a realidade nua e crua da violência que assola nosso país de Norte a Sul, nas grandes metrópoles e nas pequenas cidades e vilas. Vivemos uma insegurança que causa medo e angustia.
Uma violência que começa muitas vezes no seio familiar e se estende no bairro, na escola, no campo de futebol, no trânsito… e vai crescendo como uma bola de neve. Como estancar essa sangria?
Não vejo outra solução senão uma educação de qualidade, a começar na família bem constituída, na escola orientada por princípios e valores sólidos, na vida comunitária com seus vários lugares e meios.
As pessoas nascem boas, mas precisam aprender a escolher o caminho da vida e do amor, não o da morte, do ódio e da violência. A violência só gera violência e morte.
Nesta quaresma, somos chamados à conversão pessoal, esta que não acontece desligada do mundo, mas se dá quando estamos atentos ao que acontece ao nosso redor. Em tempos em que a paz está ameaçada, é preciso acompanhar criticamente a realidade com o olhar do coração. Um olhar que acredita na superação da violência por meio da fraternidade.
A paz começa a ser construída em casa através de pequenos gestos de cordialidade: um olhar carinhoso, um comprimento afetuoso, um sorriso, um abraço.
Escolhe o caminho da vida!
Para refletir:
1. É esse caminho sugerido na reflexão que estamos trilhando em nossas famílias e comunidades? Como estão as relações em nossa família? São cordiais, de atenção e ajuda recíproca? Ou prevalece o proverbio: “cada um para si e Deus para todos”?
2. O futuro e a realização de nossas vidas dependem das escolhas fazemos, hoje. Quais são as que me proponho para mim e minha família?
Texto Bíblico: Dt 30, 15-20 ou Sl 1.