Esta é a resposta que o ressuscitado dá ao teimoso Tomé que resiste a crer no testemunho dos colegas que diziam tê-lo visto.
“Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: ‘a paz esteja convosco’. Depois dessas palavras mostrou-lhes as mãos e o lado”.
Agora é no domingo, primeiro dia da semana, que a comunidade se reúne para celebrar a Páscoa. Estando tudo fechado Jesus aparece no meio deles. Esse “aparecer no meio deles”, deixa claro que Cristo está livre dos condicionamentos de espaço e tempo, vive na condição de ressuscitado.
Tamanha é a surpresa dos discípulos com sua aparição que para ajudá-los a entender Jesus “mostra-lhes as mãos e o lado”, os sinais da crucificação e morte.
Depois soprou sobre eles dizendo: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
Dessa forma o ressuscitado transmite aos apóstolos o poder de agir em seu nome, confiando-lhes a missão de continuar no mundo a sua ação salvadora: “o perdão dos pecados”.
Tomé não estava com os discípulos quando Jesus apareceu pela primeira vez e é categórico: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
É a resistência de sempre. Quando algo foge dos nossos paradigmas custamos acreditar. É comum, hoje, encontrar pessoas que dizem: “Cristo sim, mas a Igreja não”. É possível isso?
Tomé para encontrar o Ressuscitado precisou sair do seu individualismo e voltar à comunidade. Portanto, sozinhos e fora da comunhão eclesial não conseguimos ver o Senhor e nem sentir sua presença.
Oito dias depois, na presença do grupo dos apóstolos, Tomé confessa: “Meu Senhor e meu Deus!”. Ao que Jesus responde: “Acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”.
Tem coisas que só o coração entende e a fé explica. Uma dessas é a ressurreição. O sepulcro vazio e o manto sagrado são sinais indicativos, mas não provas científicas do mistério da ressurreição.
O que fundamenta nossa fé na ressurreição é o testemunho das aparições feito pelos que viveram com Ele. Nossa missão é continuar esse testemunho, levar essa boa notícia até os confins do mundo.
Crer no Ressuscitado é graça e fonte de renovação.
Para refletir:
1. Onde fundamento minha fé? Consigo compreender a importância e a incidência que a ressurreição tem para a humanidade?
2. Onde encontro o Ressuscitado? Costumo frequentar a comunidade? Ela me ajuda a fazer a experiência da presença de Cristo? Como?
Textos bíblicos: Jo 20, 19-31; At 4, 32-35