A Voz do Bispo › 25/05/2018

O coração humano, morada da Trindade

Neste Domingo somos chamados a contemplarmos o nosso Deus, que se manifestou como Pai, Filho e Espírito Santo. O Deus dos cristãos é assim: um só Deus em três Pessoas. A comunhão de vida entre elas é tal que formam uma unidade, comunidade perfeita, modelo para toda forma de convivência.

Como isso se da é um tanto misterioso, mas não impossível de entender. Se nos deixamos iluminar pela Sagrada Escritura, percebemos Deus como Pai criador e fonte de todo bem, como Filho que nos revela os desígnios de salvação do Pai e como Espírito Santo que faz com que a obra redentora de Cristo se torne realidade viva e atual na nossa existência.

Para nós, acostumados a benzer-nos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; a concluir muitas orações dizendo: “Isto te pedimos ó Pai, pelos méritos de Cristo teu Filho, na unidade do Espírito Santo”; o mistério trinitário torna-se tão familiar que corremos o risco de não perceber sua riqueza e beleza.

Ao definir Deus como “Amor”, a Escritura deixa claro que o Deus dos cristãos não é solitário, mas comunhão de pessoas: família. Essa relação de amor entre o Pai e o Filho é tão forte que gera uma terceira pessoa: o Espírito Santo.

Acreditamos que o batismo nos introduz neste mistério de amor, nos faz participantes da vida divina, tornando-nos depositários da vida nova da graça em Cristo: o amor de Deus derramado nos nossos corações.

A fé no Deus Trindade nos leva a reconhecer a beleza e a santidade da pessoa humana, enquanto santuário da presença do amor divino; a viver a unidade na diversidade, como membros de um único corpo, animados por único e mesmo espírito: o Espírito Santo de Deus.

A comunidade humana encontra sua verdadeira realização à medida que respeita o diferente, como acontece na comunidade trinitária.

Nada mais contraditório que uma comunidade cristã dividida. Para João: “jamais alguém viu a Deus, mas se nos amarmos uns aos outros, Deus aí está”.

A comunidade que vive unida torna Deus visível e evangeliza. Vendo como os cristãos se amavam os pagãos se convertiam. Quando dividida desfigura o Rosto de Deus que é AMOR.

A comunhão trinitária é a fonte e o modelo inspirador tanto na Igreja como na sociedade. Confiemo-nos ao Pai, Filho e Espírito Santo que a paz será assegurada.

 

Para refletir:

1. Qual é minha compreensão de Deus? Como me relaciono com ele? Quanto incide na minha vida?

2. Me reconheço habitado por Deus Trindade, mistério de amor? Sinto sua presença? Em quais momentos? Como poderia busca-lo mais? Escutá-lo mais? Ama-lo mais?

3. Enquanto batizados trazemos em nossa identidade e essência o espírito de comunhão. Como isso aparece no meu cotidiano?

 

Textos bíblicos: Mt 28, 16-20; Rm 8, 14-17; 1Jo 4,7-16.

 

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