A Igreja Católica no Brasil dedica o mês de setembro à Bíblia. O faz para incentivar uma maior frequência dos católicos à leitura e meditação das Sagradas Escrituras.
Todos os anos é escolhido um dos livros sagrados e oferece um texto-base de aprofundamento. Para 2018, o Livro da Sabedoria será objeto de estudo e reflexão, com o tema: “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”.
A Bíblia não é um simples livro ou um conjunto de livros (73), mas uma das formas de Presença de Deus, de um Deus que se manifestou em uma experiência de fé vivida por um povo escolhido com a missão de beneficiar toda a humanidade.
O mesmo Deus que tudo criou pela Palavra, que falou com Abraão, Moisés e pelos Profetas, chegada a plenitude dos tempos, falou-nos pelo seu próprio filho: “A Palavra se fez carne e habitou entre nós”.
Os autores sagrados, iluminados pelo espírito de Deus serviram-se de histórias, hinos, orações, cânticos, provérbios, contos populares, experiências e tradições passadas para compor seus textos. Antes se ser Palavra escrita foi Palavra falada.
A Bíblia não é um manual de Filosofia e nem de Teologia, mas a própria presença de Deus que se comunica e relaciona conosco. É uma palavra viva e eficaz, que realiza aquilo que diz.
A Bíblia fala de si mesma: “É lâmpada para os meus pés, é luz para o meu caminho” (Sl 191, 105). “Julga os pensamentos e as intenções dos corações” (Hb 4, 12). “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, argumentar, corrigir, educar conforme a justiça” (2Tm 3, 16).
Paulo escrevendo a Tiago exorta o amigo e sua comunidade: “Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada e que é capaz de salvar as vossas almas. Todavia, sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1, 21-22).
Nesse sentido o próprio Jesus nos diz: “Nem todo aquele que diz ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos céus, mas quem faz a vontade do meu Pai que está nos céus”. Quando alguém elogiou sua mãe ele retrocou: “Bem-aventurados os que ouvem a Palavra e a põe em prática”.
Quando alguém o advertiu que sua mãe e seus irmãos estavam à sua procura, apontando aos discípulos que o escutavam disse: “Esses são meus irmãos, minhas irmãs e minha mãe”. Ou seja, os seus íntimos são que escutam a sua Palavra.
O Livro da Sabedoria que nos serve de inspiração neste mês inicia dizendo: “Amai a justiça vós que governais a terra” (1,1). Vamos falar disso na próxima semana.
Para refletir:
1. Tenho minha Bíblia pessoal? Costumo lê-la e meditá-la frequentemente? Que lugar ocupa na minha vida?
2. Como costumo ler a Bíblia? Como qualquer outro livro? Consigo perceber nela uma Palavra que tem um poder diferente? Em que sentido?
3. A Leitura Orante da Palavra é o método sugerido como o mais eficaz seja na meditação pessoal como em grupo. Já o conheces? Que tal buscar se informar junto a sua comunidade?
Textos bíblicos: 1 Cor 1,26-31; Tg 1,17-27; Mc 7, 1-23.