A Voz do Bispo › 07/02/2019

Deus continua chamando e enviando

O chamado dos primeiros discípulos de Jesus que a Liturgia deste final de semana nos apresenta, dá-nos a oportunidade de meditarmos sobre o seguimento de Jesus.

Sabemos por experiência que todo encontro tem suas singularidades que repercutem na vida das pessoas deixando marcas. No decorrer de nossa vida encontramos pessoas que, mesmo sem darmo-nos conta, deixaram marcas e determinaram de certa forma nossos valores, comportamentos, atitudes e crenças.

Quem tem certa familiaridade com o Evangelho sabe que o encontro com Jesus muda as pessoas sempre para melhor, acabam assumindo novo jeito de ser e pensar: tornam-se discípulas missionárias.

Em todos os chamados seja no Antigo como no Novo Testamento é sempre Deus que toma a iniciativa, convidando a assumir uma determinada missão.

As leituras deste domingo são um exemplo. Em Is 6, 1-8, numa experiência mística do profeta, Deus pergunta: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” Depois de resistir inicialmente dizendo de não ser digno, Isaías responde: “Aqui estou! Envia-me”.

No Evangelho de Lc 5, 1-11, depois da pesca abundante, a partir do convite de Jesus a avançar para águas mais profundas e lançar a rede, mesmo sendo o momento menos indicado para a pesca, deixou os discípulos espantados, tocados. Jesus diz a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”. O texto conclui: “Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus”. O encontro foi tão marcante que abandonam tudo e partiram para a nova missão.

Jesus continua passando e chamando muitas vezes e de muitas formas: por meio de pessoas, acontecimentos, na voz da consciência, na oração pessoal e comunitária, na escuta das Sagradas Escrituras, nas celebrações Litúrgicas, no irmão necessitado de solidariedade…

As propostas do Senhor são mais facilmente percebidas quando cultivamos o encontro pessoal com Jesus. A cada encontro com ele a amizade cresce e a relação se torna mais viva e permanente, mesmo com as dificuldades que possam surgir.

Como aconteceu com os discípulos, o encontro com Jesus vai invadindo a vida a tal ponto que, ao natural, acontece a oferta da própria vida: “Aqui estou! Envia-me”.

Experimentamos a presença de Jesus e nos tornamos seus discípulos missionários comprometidos com o anuncio para que mais pessoas o conheçam, possam amá-lo e por sua vez tornem-se seus discípulos missionários.

O encontro com Jesus provoca o testemunho e gera a missão: “Aquilo que vimos e ouvimos, aquilo que nossas mãos tocaram do Verbo da vida vos anunciamos”. São Paulo expressa isso de outra forma: “Para mim viver é Cristo. Ai de mim se não evangelizar!”

Jesus continua passando e chamando muitos ao seu seguimento. Alguns para o seguimento de especial consagração como é o caso do seminarista Fabrício, já ordenado diácono em janeiro e, neste domingo, do seminarista Laudemir, que vai ser ordenado diácono em Sarandi e, logo mais, sacerdotes. E como eles, muitos outros. Torcemos para que sejam generosos e confiantes.

 

Para refletir:

1. Eu, enquanto batizado, me sinto discípulo de Jesus Cristo? Como ele entra na minha vida? É referência para o meu pensar e agir?

2. Toda vocação implica uma missão, um serviço na Igreja e no mundo. Como isso está na minha vida? Como se manifesta?

3. Algumas pessoas sentem-se chamadas a consagrar a própria vida a Deus e aos irmãos. Reconheço nisso um valor? Costumo apoiar os jovens que desejam seguir este caminho?

 

Textos bíblicos: Is 6, 1-8; Lc 5,1-11; Sl 137(138).

 

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