Tanto o Evangelho como o livro do Eclesiástico neste domingo nos falam com comparações. Para conhecer alguém basta escutá-lo por poucos minutos, pois a boca revela o que vai no coração humano. Geralmente a primeira impressão é que fica, mas não devemos nos precipitar e fazer julgamentos indevidos.
Diz o texto do eclesiástico que “os defeitos de um homem aparecem no seu falar. Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa. A palavra mostra o coração do homem. Não elogies ninguém antes de ouvi-lo falar, pois é no falar que o homem se revela” (27, 5-8).
Segundo essas palavras sábias para conhecer alguém basta ouvi-lo falar, porque a boca revela o que vai no coração. Por mais que tente disfarçar, se prestarmos atenção, basta muito pouco para entender que tipo de pessoa temos diante de nós. Do que diz e como o diz percebemos se o sujeito é sincero ou não.
Contudo, Jesus nos adverte que não devemos ser fáceis a julgar o irmão, porque as vezes não enxergamos a trave que está no nosso olho e queremos tirar o cisco do olho do nosso irmão. É verdade que, geralmente, com facilidade enxergamos os defeitos dos outros e temos dificuldades de perceber os nossos. Sempre que apontamos o dedo para o outro não percebemos que quatro se voltam contra nós.
Para esclarecer o pensamento, Jesus traz o exemplo da árvore: “Não existe árvore boa que dê frutos ruins e nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos”. Por mais que os exemplos sejam sempre imperfeitos não tem o que contestar nessa fala de Jesus. E isso se aplica facilmente ao ser humano. Nos transbordam do coração bom ou mau, pois é no coração humano que tem origem as maldades e as bondades.
É a conclusão de Jesus: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”.
Essa Palavra nos faz pensar e examinar o nosso falar e agir. Se queremos saber se alguém é bom ou mau basta observar o seu falar e proceder. Quando aquilo que falamos ou fazemos edifica as pessoas e as estimula a serem melhores podemos presumir que somos pessoas de bem. Quando nossa fala e nosso agir gera intrigas, divisões, ciúmes… desconfiemos. O nosso coração pode estar cheio de podridão e pecado.
Para refletir:
1. Estou convencido que todo bem, como também todo mal tem sua origem no coração humano?
2. Já parei para pensar e me examinar sobre meus falar e proceder?
3. Onde chego – casa, grupo de amigos, trabalho – qual é a reação das pessoas? O clima que se cria é de alegria e esperança ou abatimento?
Textos bíblicos: Eclo 27,5-8; Lc 6,39-45; Sl 91(92).