No mês de setembro comemoramos a Semana da Pátria. O tempo dos grandes desfiles passou, mas é justo que nos perguntemos se as coisas que estão acontecendo no nosso Brasil correspondem ao país que sonhamos.
Passamos por umas crises econômicas, políticas e sociais não indiferentes. As investidas do ‘Mensalão’, da ‘Lava a Jato’, por exemplo, não sabemos como vão acabar. A reforma da previdência e outras que virão parecem resolver todos os problemas. Será? Certo é que a situação do desemprego para mais de 12 milhões de trabalhadores está longe de acabar.
O grito dos excluídos que é uma forma de mobilização da população brasileira sobre as questões sociais que precisam de maior atenção do poder constituído parece não ter mais força. Que tal neste ano gritarmos todos juntos pela preservação da Amazônia. O Sínodo nos dá a ocasião para tanto.
Um país só será grande se tiver respeito e amor pelos seus filhos, oferecendo a eles condições dignas de vida e justiça social. O papa insiste: “Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir”.
Se buscarmos a iluminação bíblica encontramos que “a religião pura e sem mancha diante de Deus é essa: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo”, ou seja, pela busca do primeiro lugar, dos privilégios, etc.
No Evangelho deste domingo, Jesus que é convidado a almoçar na casa de um fariseu, percebe que o momento da refeição, em vez de ser marcado pela partilha e pela fraternidade, havia se tornado um instrumento de divisão social. A quem cabia o primeiro lugar? O mais rico? O que gozava de mais fama?
Jesus dá uma lição de humildade e gratuidade, exortando-nos a quando damos uma festa convidar não os que podem retribuir o convite, mas os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos… Ou seja, na total gratuidade. Custamos a assimilar esta lição. Quanta concorrência e procura dos primeiros lugares persiste ainda em muitos ambientes!
Honramos de verdade nossa Pátria quando vivemos honestamente, amando e servindo humildemente os pequenos na gratuidade, buscando não o privilégio, mas a justiça social.
Para Jesus, a mesa compartilhada se converte em expressão da comunidade aberta que inaugura o reinado de Deus, onde o mais importante e o primeiro lugar é daqueles que servem.
Sinal que amamos verdadeiramente a pátria e vivermos o evangelho de Jesus e a disposição de dar a própria vida em favor dos mais necessitados, na defesa da justiça, do amor e da paz.
Para refletir:
– Como percebo a realidade brasileira nesse momento de nossa história?
– O que leva as pessoas a procurar o primeiro lugar, a querer aparecer e ser mais importante que os outros?
– Qual deve ser a atitude do cristão, para ser autêntico discípulo de Jesus?
Textos bíblicos: Eclo 3, 19-21.30-31; Lc 14,1.7-14; Sl 67(78).