A Diocese de Osório ganhará mais um jovem padre no dia 20 de dezembro, sexta-feira, quando será ordenado o diácono Fabrício Raupp Alves. A celebração Eucarística será realizada na igreja São José, Centro de Três Cachoeiras, a partir das 20h, pela imposição das mãos e oração consecratória de dom Jaime Pedro Kohl, bispo diocesano.
No vídeo, segue uma mensagem especial a você! Confira:
Trajetória
Para o diácono Fabrício, a ordenação presbiteral significa um novo momento para assumir o compromisso de servir a todos com mais disponibilidade e amor à exemplo de Jesus Cristo. Natural de Sapucaia do Sul, nasceu aos 23 dias do mês de julho de 1978, é filho de Antônio Becker Alves e Terezinha Raupp Alves, naturais de Morrinhos do Sul, e possui quatro irmãos: Vinicius, Luiz Gustavo, Pablo Eduardo e Diva Maria. Fabrício destaca que foi em Três Cachoeiras que sua vocação se desenvolveu, por isso, é lá que quer dar este tão bonito passo.
A Celebração, contará ainda, com a presença do Clero Diocesano, religiosos e religiosas, seminaristas, familiares e amigos. Pedimos a oração de toda Diocese para esse momento importante na Igreja, na vida do diácono Fabrício. Rezemos pelos nossos jovens, para que ouvindo o chamado do Senhor, atentamente, respondam com generosidade.
Entrevista
Abaixo, diácono Fabrício conta um pouco sobre esse momento marcante em sua vida e trajetória vocacional.
– Como se deu a sua trajetória de estudos e preparação, desde o discernimento vocacional?
Diác. Fabrício: Com cinco anos queria ser padre mas ninguém me dava bola, pois eu era muito arteiro. Depois quando estava na catequese disse para o meu catequista Paulo, em São Leopoldo, que queria ser padre e ele me olhou e disse que eu seria um padre muito “malandro” e que não daria certo, também não me deu atenção. Um dia meu irmão Vinicius chegou em casa e disse que o padre tinha passado na escola dele, pois eu havia parado de estudar, e estava falando sobre vocação. Ele me perguntou se eu ainda queria ser padre e eu disse que sim, e me falou que tinha anotado o numero do padre para eu ligar e eu liguei. Era o Pe. Ceverino Cracco, naquela noite mesmo ele estava na minha casa para conversar comigo e, nesse momento, iniciou a minha caminhada vocacional quando eu estava com 17 anos.
Comecei a participar dos encontros vocacionais, com vários outros jovens. Retomei os estudos, e depois de concluir o Ensino Médio, no ano de 2003, ingressei no Propedêutico. Naquela época fazíamos os estudos iniciais do Propedêutico junto à Diocese de Novo Hamburgo, no Seminário Betânia.
No ano de 2007 me formei em Filosofia pela PUC-RS junto de vários colegas e amigos que conservo até hoje. Em 2008 iniciei no primeiro ano da Teologia e, no ano seguinte, fui convidado a fazer uma experiência de estágio na Paróquia São Cristóvão, no Caraá. Na metade deste mesmo ano decidi interromper minha caminhada de discernimento vocacional junto ao Seminário desta Diocese.
Em agosto de 2009 iniciei um trabalho social junto à comunidade dos Irmãos Maristas de Bom Principio e, por meio destes, participei da equipe vocacional da Diocese de Montenegro, onde convivi com o Pe. Neimar Schuster, que se torna grande incentivador e animador de minha vocação neste tempo.
Por convite do Padres Marlon Lopes e Vilson Schäfer, entre outros, venho à Diocese de Osório realizar atividades junto a juventude, não abandonando o vínculo com a Diocese. Também realizei por um período trabalho na Rádio Maristela em Torres, depois em São Leopoldo, como professor, em Morrinhos do Sul, como agricultor e, a partir de um convite do Pe. Luciano Motti, decidi voltar ao caminho vocacional de servir como padre.
Regressando à Teologia em 2017, reaproveitando disciplinas já cursadas, ajustando currículo, e caminhando a partir do segundo ano. Fui surpreendido positivamente no ano passado, 2018, com a reflexão de ser ordenado diácono no final do terceiro ano, tendo a oportunidade de vivenciar o diaconato no Seminário Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos durante o quarto ano.
Agora me encontro no ultimo semestre de Teologia, com responsabilidades já grandes como referencial para o Setor Juventude e o acompanhamento na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viajem, em Santo Antônio da Patrulha, aos finais de semana. Me preparando para os passos que vão modificar em muito a minha vida neste final de ano.
– E os estudos serão continuados em alguma área específica?
Diác. Fabrício: Sim, vou continuar a estudar, pois várias coisas me chamam a atenção. Como a Pastoral em si; a juventude que é algo com a qual sempre me relacionei; a Psicologia que me encanta; as questões administrativas que percebo necessária e a física que me responde e diverte.
– Como foi a sua experiência Pastoral e profissional antes de iniciar no Seminário?
Diác. Fabrício: Antes de ingressar no Seminário, já era muito participativo na comunidade e, em diversos movimentos e pastorais, tendo participado diversas expressões eclesiais durante este tempo, tais como: Grupo de Base, Renovação Carismática Católica, CEBS, Movimento EMAUS, Pastoral Carcerária, Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude Rural, entre diversos outros.
Em relação a questão de trabalho remunerado, iniciei cedo ajudando os tios e avô que eram construtores, nas obras como servente. Depois trabalhei em um mercado de frutas, de office-boy na secretaria de obras da Prefeitura de São Leopoldo, no Posto Litoral, em Três Cachoeiras, no Apara Barro Dema, na praia como garçom, entre outros empregos que tive e contribuíram para a construção da pessoa que sou hoje.
– O que tens a dizer aos jovens que pensam sobre vocação e futuro?
Diác. Fabrício: Não tenham medo de refletir e experimentar pois não existe só uma ou duas cores no arco-íris, mas várias. Principalmente se você tem vergonha ou medo de viver a vocação a qual você se sente chamado. Trabalhe este medo, esta vergonha e busque aquilo que lhe faz realizado vocacionalmente, pois faz parte de sua felicidade e da vida.