A Voz do Bispo › 19/03/2021

Cristo é a nossa paz

Continuando nossa caminhada quaresmal e seguindo as reflexões do texto-base da Campanha da Fraternidade Ecumênica trazemos aqui algumas reflexões que julgamos importantes para enriquecer nossas mentes e corações, chamados a abrirem-se e deixarem-se sensibilizar para a construção da unidade e da paz.

O Evangelho promove a paz e a comunidade confessa que Cristo é a paz que derruba os muros de separação e reconcilia as pessoas inimigas. A paz – shalom – é um tema genuinamente bíblico. O salmista confessa em sua prece que amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam.

A paz que brota da fé em Cristo é a superação da inimizade e do ódio. Ela promove a unidade, enquanto o ódio provoca inimizades e agressões, a guerra mata e destrói. Em Efésios o que evidencia a maturidade cristã e o seguimento a Jesus Cristo é a capacidade de amar cada pessoa próxima incondicionalmente. Isso significa amar o próximo sem impor nenhuma restrição. Deus não estabeleceu critérios para amar. Deus simplesmente ama. Assim deve ser o nosso amor, sem fazer acepção de pessoas.

As pessoas cristãs são conclamadas a viverem irrepreensíveis no amor, a zelar pela unidade, a viverem em aperfeiçoamento e fortalecimento do amor. Os ensinamentos de Jesus nos Evangelhos nos comprometem à pratica do amor, do diálogo, do perdão, da compaixão, do convívio.

O autor da Carta aos Efésios ensina que o orgulho religioso é contrário ao Evangelho, porque gera sectarismo e não unidade. O alerta para o orgulho, que produz divisões, pode ser percebido em afirmações como: “com efeito, é pela graça que sois salvos por meio da fé; e isso não depende de vós, é dom de Deus”.

Se, desde o princípio, somos obra-prima de Deus e fruto de sua Criação, agora, em Cristo, os ‘muros da inimizade’, construídos pelo orgulho, produtor de divisões, foram derrubados. Esta é a Boa-Nova: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade”. Ele, com sua vida, em sua carne destruiu o muro de separação: o ódio. Ele quis assim, a partir do judeu e do pagão, criar em si um homem novo, estabelecendo a paz.

Em Cristo, a Boa-Nova de paz é oferecida para todas as pessoas a fim de construir uma nova humanidade. As experiências ecumênicas, que somos convidados a viver neste tempo, nos possibilitam aprender com pessoas de diferentes confissões o significado da unidade cristã e a construção de novas pontes entre nós.

 

Para refletir: Consigo perceber quais os resultados que a fé em Cristo deveria produzir na vida do cristão? Como isso aparece na minha vida e com as pessoas do meu convívio? No meu dia a dia sou capaz de ter compaixão, de perdoar e de amar os que pensam diferente de mim? Alimento em mim o desejo de ver Jesus?

 

Textos bíblicos: Is 31, 31-34; Ef 2,14-23; Jo 12, 20-33; Sl 50 (51).

 

Deixe o seu comentário

Você deverá estar conectado para publicar um comentário.