A Palavra de Deus deste domingo, 10/07, nos ajuda a entender melhor como funcionam as coisas na ótica de Deus. Nossa religião judaico-cristã não se sustenta com aparências, puras exterioridades, mas pelo coração, com uma interioridade cheia de coisas essenciais, que não se compram no mercado, mas abitam nas pessoas honestas.
Dt 30,10-14 começa falando da necessidade de “ouvir a voz do Senhor e observar seus mandamentos”. Depois insiste: “converte-te para o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma”.
Esses dois aspectos ‘alma e coração’ são condição para ‘ver e entender’ e indicam o envolvimento de todo o ser. Depois, com várias comparações nos faz entender que a Palavra de Deus está muito mais perto de nós do que nós imaginamos: “está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir”.
Se a Palavra de Deus está ao nosso alcance, significa que pode ser ouvida, assimilada e vivida, por todos e traduzir-se em gestos concretos de amor e compaixão.
Na parábola do bom samaritano, o mestre da Lei pergunta a Jesus, o que ele deve fazer para receber em herança a vida eterna. Ao que Jesus perguntou: o que está escrito na lei? O mestre sabiamente respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” Jesus diante dessa resposta lúcida disse: “faze isto e viverás”.
Não se dando por satisfeito e meio que querendo justificar-se perguntou: “E quem é o meu próximo?” Jesus contou a história do bom samaritano que conhecemos: viu o caído, aproximou-se e sentiu compaixão. Derramou óleo e vinho sobre as feridas, colocou-o no seu animal, o levou numa pensão e cuidou dele.
À pergunta de Jesus: “Quem foi o próximo do homem ferido?” mais uma vez o mestre da lei respondeu corretamente: “aquele que usou misericórdia para com dele”. E Jesus retrucou: “Vai e faz a mesma coisa”.
Muitas são as lições que podemos tirar para nós e infinitas as formas de atuarmos esta Palavra que interpela nosso coração. O que não podemos é ficarmos indiferentes e insensíveis aos que clamam por solidariedade.
Fica claro que quem ama pratica a misericórdia, tem compaixão, se aproxima, vê e para, socorre com que tem e como pode, gasta tempo e meios para aliviar a dor e o sofrimento do irmão caído. Não nos deixemos tomar pela globalização da indiferença. Se o amor de Deus está no nosso coração, de alguma forma, aparecerá no nosso agir.
Para refletir: Consigo alguma vez para meditar a Palavra de Deus? Posso dizer que o amor de Deus habita meu coração? Como o reconheço? Minhas atitudes e comportamentos que tipo de cristão revelam?
Textos bíblicos: Dt 30, 10-14; Col 1, 15-20; Lc 10, 25-37; Sl 68(69).