Os que acompanharam as celebrações do mês missionário, as reflexões que viemos realizando e, em particular, quem participou da Novena Missionária deve ter percebido como o horizonte da missão além-fronteiras sempre esteve presente: “Até os confins do mundo”. Só para refrescar a memória: a Igreja é missão até os confins do mundo; com Paulina Jaricot até os confins do mundo; com os cristãos leigos e leigas até os confins do mundo; com a Vida Consagrada até os confins do mundo; com os ministros ordenados até os confins do mundo; com os povos originários até os confins do mundo; com o povo de Deus das Igrejas Locais até os confins do mundo; com os invisibilizados até os confins do mundo; com a força do Espírito Santo até os confins do mundo. A perspectiva da universalidade da missão sempre deve estar presente.
O mandato missionário é muito claro e não pode faltar: “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo… Eis que estou convosco todos os dias…” (Mt 28, 19); “Os discípulos foram anunciar o Evangelho por toda parte” (Mc 16,20); “Recebereis uma força, a do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e a Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8).
Essa é uma consciência constante em toda a Escritura: Deus quer e deseja que todos cheguem ao conhecimento da verdade, encontrem Jesus o enviado do Pai e acreditando Nele alcancem a salvação e a vida plena. Isso tudo, como ouvíamos na semana passada da mensagem do papa, se dá pela ação da graça de Deus, na força do Espirito Santo, principal protagonista da Missão. É Ele que prepara, encaminha, conduz tudo e todos, tanto os que anunciam e dão testemunho, como os destinatários da ação evangelizadora da Igreja.
Com o papa Francisco continuamos a sonhar com uma Igreja totalmente missionária, com um novo tempo de ação missionária entre as comunidades cristãs. Oxalá todos nós sejamos na Igreja o que já somos em virtude do Batismo: profetas, testemunhas, missionários do Senhor! Com a força do Espírito Santo e até os confins do mundo. Esta deve ser a nossa disposição de cristãos.
Nesse domingo vamos às urnas exercer nosso direito de participar na escolha de quem vai governar o nosso Rio Grande e o Brasil. Isso também é Missão. Façamos isso com muita responsabilidade e discernimento. Não nos deixemos tomar pela paixão partidária, mas analisemos as atitudes, as posturas, os valores refletidos na vida dos candidatos. Quanto mais abertos ao diálogo, sensíveis às situações da população mais pobre e necessitada, respeitosos de todas as pessoas e instituições, maior probabilidade que governe em favor de todos.
Para refletir: Meu coração e minha oração chegam aos confins do mundo? Consegue superar as nuvens e chegar até os céus ou nem sai da porta de minha casa? Vejo alguma relação entre missão e eleição? Em quem vou votar e por qual razão?
Textos Bíblicos: Eclo 35, 15b-17.20-22; 2Ts 1,11-2,2; Lc 19, 1-10; Sl 144.