O Evangelho deste domingo nos dá a oportunidade de refletirmos e meditarmos sobre as bem-aventuranças. O texto Mt 5,1-12 abre o sermão da montanha, onde encontramos o discurso programático de Jesus, o novo Moisés, não mais em forma de mandamentos, mas de atitudes e disposições de vida a serem assumidas para quem quer seguir o Senhor Jesus. Os capítulos de 5 a 7 devem ser vistos no seu conjunto se queremos apreender a beleza e a riqueza da sua mensagem.
Nem todos conseguem acolher de bom grado as bem-aventuranças porque vão totalmente na contramão do pensamento deste mundo, que exalta a riqueza, o poder, o prazer, os bens materiais, o conforto, o lazer, deplorando tudo o que acene à pobreza, carência, sacrifício, cruz… Como entender as expressões: bem-aventurados os pobres, os aflitos, os que tem fome e sede de justiça, os mansos, os perseguidos, os injuriados…?
Bom reparar que cada uma das bem-aventuranças tem sua razão de ser e tem um porquê, que lhe dá sentido já agora e se completa na vida futura: “os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus; os aflitos não porque são aflitos, mas porque serão consolados; assim os mansos porque possuirão a terra; os que tem fome e sede de justiça porque serão saciados; os misericordiosos porque alcançarão misericórdia; os puros de coração porque verão a Deus; os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus; os perseguidos porque deles é o Reino dos Céus. A perspectiva das bem-aventuranças é o bem das pessoas, das comunidades, da humanidade toda.
À luz dos recentes acontecimentos de violência e irracionalidade, em nosso país e também pelo mundo afora, conseguimos imaginar como bem diferentes seriam os resultados e as condições de vida se as pessoas e grupos assumissem e vivessem as bem-aventuranças? Com as bem-aventuranças Jesus propõe um caminho de verdadeira felicidade e programa de autêntica vida cristã. Essa proposta de felicidade apresentada por Jesus, além de comportar em si a melhor forma de se viver em comunhão com o próximo e com Deus neste mundo, oferece também a recompensa eterna.
Se as pessoas entendessem um pouco mais o Evangelho e procurassem praticá-lo, a qualidade de vida das pessoas e povos seriam bem melhores. Teríamos certamente mais felicidade, mais paz, mais justiça social, menos desigualdade, mais harmonia e segurança, uma casa comum mais habitável, com mais amor… mais Reino de Deus. Não deixemos o egoísmo e o ódio tomar conta do nosso coração. Digamos não a violência e sim à mansidão, à misericórdia e aos promotores da PAZ.
Para refletir: Como ressoam em mim as Bem-aventuranças de Jesus? Vejo nelas um mundo possível? Como nós cristãos/católicos podemos colaborar na construção de uma sociedade em conformidade com o Reino de Deus? Como posso ser uma pessoa que promove a Paz?
Textos bíblicos: Sof 2,3.3,12-13; 1 Cor 1,26-31; Mt 5, 1-12; Sl 145(146).