No evangelho deste domingo, Marcos, para falar da nova comunidade de fé, do novo Israel, usa uma linguagem apocalíptica cheia de símbolos que precisam ser interpretados. Ele apresenta o exemplo da figueira: “Quando os seus ramos vão ficando tenros e brotam as folhas, sabeis que está perto o verão”. É um convite para estarmos atentos aos sinais, que falam por si, e para permanecermos vigilantes, sem alarmismos, mas com a sabedoria que nos foi dada.
As mudanças climáticas que vivenciamos nos últimos anos, com maior frequência e intensidade, não têm como não nos preocupar. Surge a pergunta: o que fazer para que a Terra continue sendo habitável por nós, seres humanos, e por todas as formas de vida? Uma coisa é certa: nós, humanos, somos os principais responsáveis. Sentimo-nos pequenos diante dos desafios que isso implica, mas não podemos nos omitir.
Sabemos que a crise ambiental reflete uma complexa combinação de questões políticas, econômicas e sociais. A degradação do meio ambiente não é apenas um problema técnico ou natural, mas também um resultado de decisões políticas e econômicas que influenciam a nossa relação com a natureza. Compreender e buscar soluções para essa crise exige uma análise mais profunda do impacto do nosso estilo de vida e das prioridades dos gestores públicos e privados, além de esforços coletivos e individuais para garantir a eficácia das políticas públicas de proteção ambiental.
A falta de eficácia nas políticas de proteção e a dificuldade em sensibilizar a nós mesmos para a necessidade de adotar práticas ambientais básicas, como a separação de resíduos, refletem um problema mais amplo de engajamento e responsabilidade. Precisamos refletir sobre o impacto do nosso estilo de vida, em vez de ignorar os problemas ambientais vigentes.
A governança desempenha um papel importante na busca pela sustentabilidade, exigindo ações participativas e democráticas no processo de elaboração, implementação e acompanhamento das políticas públicas ambientais. Os sinais são claros e apelam para o cuidado da vida em todas as suas dimensões e aspectos. O que posso fazer para colaborar na preservação da casa comum?