Reino de Deus ou Reino dos céus é um dos conceitos mais usados no ensinamento de Jesus, especialmente nos evangelhos sinóticos. Jesus, em alguns momentos, se identifica com ele. Fala dele como uma realidade já presente e atuante, mas em contínua construção. No discurso da montanha, em Mateus, aparece como a realidade central a ser buscada, como se fosse o grande critério de valor em torno do qual devem se organizar todos os demais valores: “Buscai, em primeiro lugar, o seu Reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6, 33).
Jesus usa muitas parábolas para dizer que o Reino é importante e precioso. Em Mc 4, 26-34, que meditamos neste final de semana, deixa entender como as coisas funcionam no Reino, muito diferente das ideias e práticas dos reinos deste mundo. “Acontece com o Reino de Deus o mesmo que com o homem que lançou semente na terra: ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como”. E quando se dá conta, a colheita está pronta para ser ceifada.
O Reino de Deus não faz barulho, não é espalhafatoso. Segue a dinâmica do pequeno, humilde e pequenino, do escondido e insignificante, mas carrega dentro de si uma força impressionante. É como o sal que dá sabor, o fermento que faz levedar a massa. “É como o grão de mostarda que, quando é semeado na terra – é a menor de todas as sementes da terra – mas cresce e torna-se maior que todas as hortaliças e deita grandes ramos, a tal ponto que as aves do céu se abrigam à sua sombra”.
Na oração que Jesus nos ensinou, pedimos a Deus Pai que venha o seu Reino. Certamente não é um Reino material, feito de bens e posses, mas de princípios e valores que têm a ver com as relações que mantemos com Deus, com os outros, conosco mesmos e com as coisas. Tudo muito interligado e interdependente, em plena harmonia e paz.
A dinâmica do Reino é essa: do homem que semeia e cultiva, certo de que um dia colherá. É a dinâmica da fé e da esperança cristã.