Faz tempo que a Igreja Católica escolheu o mês de setembro como Mês da Bíblia para divulgar mais a Sagrada Escritura e homenagear São Jerônimo, o primeiro a traduzir a Bíblia do hebraico e grego para o latim. Se neste mês Ela recebe uma atenção especial, nos outros não pode ficar escondida ou aposentada, mas frequentada.
O tema deste ano é: “O amor em defesa da vida” e o lema: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4,19). Objeto de estudo é a Primeira Carta de João, que foi escrita no fim do século I e endereçada às igrejas da Ásia Menor, onde havia surgido certa confusão sobre a prática cristã. Uns diziam que bastava o conhecimento de Jesus e pouco interessava a prática diária.
Por isso essa Carta insiste na necessidade de guardar os dois mandamentos: crer no Messias Jesus, o Filho de Deus, que entrega sua vida por amor e amar o irmão, sobretudo, o mais necessitado. E o segundo ponto mais importante é crer na encarnação de Jesus, que assume a nossa condição humana, menos o pecado.
A palavra divina não é estéril, mas eficaz, sempre produz algum efeito, realiza aquilo que diz, porque como afirma Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16).
A tradição profética do Antigo Testamento nos traz importantes ensinamentos divinos. Contudo, a Palavra definitiva de Deus é o próprio Jesus Cristo, como nos informa o início da carta aos Hebreus: “Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho” (Hb 1,1-2).
Jesus de Nazaré é a Palavra feita carne, o Verbo encarnado, a palavra definitiva da comunicação divina: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe. A Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,1-3.14).
Sempre que Deus fala, algo de novo e bom acontece. A Sagrada Escritura, embora escrita por humanos, foi inspirada por Deus e traz consigo um poder de libertar e salvar. Por isso em nossas liturgias, concluímos a proclamação do Evangelho com a feliz expressão: “Palavra da Salvação!”. Ao que respondemos: “Glória a vós, Senhor!”
Se assim acreditamos, bebamos frequentemente dessa fonte de água viva, que salva e ilumina os nossos caminhos, nesse fazer-se da história pessoal e do povo santo de Deus!
Para refletir:
– Tenho uma boa edição da Bíblia em casa?
– Costumo frequentá-la diariamente?
– Consigo perceber nela uma Palavra que tem poder de salvar e santificar?
Textos Bíblicos: Lc 16, 19-31; Hb 1, 1-2; Jo 1,1-18; Sl 145.