Depois das bem-aventuranças que meditamos no domingo passado, o evangelho deste domingo, Jesus continua falando aos discípulos convidando-os a assumir o jeito de Deus amar. Se queremos ser cristãos precisamos seguir a mesma receita. A fala de Jesus é de uma beleza incrível e, ao mesmo tempo, desafiadora.
Vejamos: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica”.
Quem de nós, hoje, tem essa maturidade espiritual e controle emocional a ponto de oferecer a outra face? Humanamente falando, parece impossível acontecer, mas evangelicamente falando, é uma atitude possível e, não foram poucos os cristãos que alcançaram tal maturidade. Retribuir ao mal com o bem exige certa heroicidade e santidade de vida.
Para nos convencer que isso é possível, Jesus continua questionando: “Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazei o bem aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim”.
Pode parecer um ideal muito alto e praticamente impossível ao comum dos mortais. Contudo, Jesus o propõe aos que querem ser cristãos. Como agimos nós, geralmente? Não é verdade que se alguém nos corrige, somos capazes de andar de cara amarrada por dias ou semanas, embora o que nos é dito seja verdade e nos faz crescer?
A frase que segue nos ajuda a cair na real: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para os ingratos e maus.”
Quem se atreve a discordar de Jesus? É tudo tão claro e óbvio: amar quem nos ama não é difícil. Dar-se bem com os simpáticos e pensam como nós, acolher os que nos querem bem e nos tratam com cortesia, não exige muito esforço. Mas aceitar aquele birrento, arrogante, antipático, sempre do contra e insatisfeito, aí sim se manifesta a virtude e a força da graça que Deus dá aqueles que lhe pedem e o buscam com sinceridade.
E vejamos como Jesus arremata: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordiosos!” Ou seja: amar do jeito de Deus, na total gratuidade, independentemente da santidade ou correspondência dos seus filhos. Esse é o amor perfeito: “amar os inimigos, os que nos odeiam”.
Deus é assim: faz nascer o sol sobre “maus e bons e faz chover sobre justos e injustos”. Ele não faz acepção de pessoas. Ama a todos.
Para refletir:
1. Que impressão deixa na minha alma e meu coração esse jeito de Jesus falar?
2. Consigo visualizar o jeito de Deus amar? É possível viver dessa forma, hoje?
3. Se eu tivesse que me dar uma nota de 1 a 10 sobre a prática desse texto do evangelho que nota daria? E por que?
Textos bíblicos: Lc 6,27-38; 1Sm 26,2-7.12-13.22-23; Sl 102(103)