A quarta semana do mês vocacional é dedicada aos ministérios leigos. Todos os batizados são chamados a ser o sal da terra e a luz do mundo, portadores do múnus comum de sacerdote, profeta e rei/pastor. O Sacramento do Batismo faz de todo batizado um discípulo de Jesus Mestre, comprometido com o anúncio da Boa Nova e testemunha da presença viva de Jesus ressuscitado.
Essa caracterização geral pode obscurecer a especificidade e as particularidades dos ministérios leigos na Igreja e na sociedade. Quando afirmamos que os leigos são chamados a ser o sal que dá sabor, a luz que ilumina e o fermento que faz crescer, fica claro que sua missão é no mundo concreto deste século. Isso começa pelo ambiente em que vivem, especialmente a família. Podemos dizer que a missão/ministério do leigo começa em casa, expande-se para a comunidade e se estende até abranger o mundo como um todo.
A vida cristã, independentemente do estado de vida, quando alimentada na Palavra e na Eucaristia, torna-se naturalmente uma força transformadora do mundo, como o fermento que leveda toda a massa. Faz parte do ministério leigo assumir responsabilidades tanto no âmbito eclesial quanto na sociedade. A Igreja necessita dos ministérios leigos em diversas frentes: na catequese, na liturgia, nas pastorais sociais, na pastoral familiar, nos Conselhos Pastorais e Econômicos, bem como em muitos outros serviços nas comunidades e paróquias. A presença dos leigos é igualmente indispensável na sociedade civil, onde são tomadas decisões sobre políticas públicas, nos poderes executivo, legislativo e judiciário, bem como em Conselhos de Direitos e Associações.
Conforme nos ensina o Papa Francisco: “A missão no coração do povo não é apenas uma parte da minha vida, nem um adorno que posso dispensar; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros da minha vida. É algo que não posso arrancar de mim mesmo sem me destruir. Eu sou uma missão nesta terra, e é por isso que estou neste mundo. Precisamos nos ver como que marcados a fogo por essa missão de iluminar, abençoar, vivificar, erguer, curar e libertar” (EG 273).
A vocês, leigos e leigas – homens e mulheres da Igreja no coração do mundo e homens e mulheres do mundo no coração da Igreja – cabe a tarefa de construir essa ponte entre a Igreja e a Sociedade. Lembremos que “na Igreja, todos são sujeitos, cada um investido de uma missão específica de acordo com os dons que recebeu. Ser sujeito pode envolver o exercício de um ministério ou serviço na Igreja e na sociedade, assim como a vivência da condição cristã nas formas de vida mais cotidianas e até mesmo institucionalmente invisíveis, tanto do ponto de vista eclesial quanto social e político. Ao desempenhar papéis de pai, mãe ou determinada profissão no mundo do trabalho, cada cristão cumpre sua missão ao orientar sua vida a partir de Jesus Cristo e Seu Reino”.
Isso significa que todo cristão é chamado a algum ministério, mesmo que nem todos sejam reconhecidos como tal. Não existe seguir Jesus sem o compromisso missionário. Cada um é chamado a compartilhar e colocar a serviço os dons recebidos.
Para reflexão: Como um cristão leigo, você se enxerga nessa reflexão? Se precisasse nomear o ministério que exerce na comunidade, como o chamaria? A qual ministério você se sente chamado?
Textos Bíblicos: Eclesiastes 3, 19-21.30-31; Hebreus 12, 18-19.22-24; Lucas 14, 1.7-14; Salmo 67(68).