Sempre que falamos de discipulado pressupõe uma disposição de seguimento das orientações de pensamento e de vida de alguém que se destaca pela oferta de algo importante seja a nível filosófico, técnico, teológico, etc.
No evangelho deste final de semana – Lc 9,18-24 – Jesus está por iniciar seu caminho em direção a Jerusalém, onde sabe que terá que se embater com as autoridades religiosas do templo e também do poder constituído. Ele se encontra num lugar retirado em oração com os seus discípulos. Já faziam três anos que andavam juntos e, portanto, tinham condições de dizer algo sobre a sua pessoa e missão.
Para tirar a temperatura do grupo lança uma pergunta para sondar o seu “ibope”: “Quem diz o povo que eu sou?” Eles vão dizendo: uns dizem que é João Batista, outros Elias, outros ainda um dos antigos profetas que ressuscitou.
Logo chega ao ponto: “E vós quem dizeis que eu sou?” Imediatamente o impetuoso Pedro: “O Cristo de Deus”. Jesus pede silenciar sobre isso e vai dizendo que Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado, ser morto e ressuscitar ao terceiro dia.
E coloca a eles a condição para ser seu discípulo: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.
Então são três as condições para ser discípulo de Jesus: renunciar a si mesmo, tomar a cruz diária e segui-lo. O que isso significa?
Certamente, Jesus não deseja que nos anulemos, mas que nos libertemos do egoísmo que tende a nos colocar no centro e dar lugar ao outro, dispondo-nos a servir. Tomar a cruz todo santo dia com boa disposição de quem sabe que viver bem e fazer o bem, anunciando Jesus tem seu preço, ou seja, disposição de gastar a própria vida sem exigir nada em troca. E segui-lo, custe o que custar, até ao Calvário se for preciso, certos que: quem perder sua vida por causa Dele a salvará.
Assim que, ser cristão nada mais é do que seguir o Mestre Jesus, aceitar sua proposta de vida marcada pelo amor de quem está disposto a dar a vida, no serviço alegre sem exigir nada em troca, e aprender continuamente Dele, recomeçando todos os dias o caminho do discipulado que é também o caminho da missão.
Para refletir:
Quem é Jesus para mim?
Posso dizer que sou um verdadeiro discípulo (a) de Jesus? Por que?
Como estou colaborando com Cristo e o seu Reino? O que faço pelos outros?
Textos Bíblicos: Gl 3, 26-29; Lc 9, 18-24; Sl 62.