Essa exortação vem como conclusão do Evangelho deste domingo, depois de Jesus apresentar um quadro pouco animador para os seus discípulos daquilo que deveria acontecer.
“Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”.
Como se não bastasse continuou: “Antes, porém, dessas coisas acontecerem, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós”.
Diante destes cenários, Jesus conclui: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
O mundo, hoje, não é muito diferente desse pintado por Lucas no primeiro século do cristianismo. Os terremotos continuam e as catástrofes naturais também. As guerras sangrentas entre povos é noticia diária em forma de atentados e muitas destruindo inocentes, as brigas de gangues para garantir o território de tráfico, os acidentes de trânsito, então, nem se fala. Até noticias de pais matando filhos, filhos matando pais. Esposo traindo esposa e esposa traindo esposo. Corrupção por todo lado. Injustiças de todo tipo: fome, miséria, falta de solidariedade com os pobres, doentes, desempregados…
Também diante das situações tentadoras do mundo moderno (luxúria, consumismo, individualismo…) a exortação de Jesus é sempre válida e oportuna: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
Firmes na própria vocação, missão, projeto de vida cristã com seus valores e ideais inspirados no Evangelho, procurando viver bem e fazendo sempre o bem,
Saber que “Deus nunca se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar conosco a sua vida”; que “do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente a grande torrente da misericórdia”; que “esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior que seja o número daqueles que dela se abeirem” nos encoraja e dá esperança.
Saber que Deus é assim, ajuda a alimentar ideais e sonhos por um mundo mais justo e fraterno, a encarar os desafios e dificuldades com serenidade e paz, cientes que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus.
O Reino de Deus é assim, se queremos “ganhar a vida” precisamos estar dispostos a perdê-la. Não esqueçamos jamais a exortação de Jesus: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
Para refletir:
– Diante da violência e crueldade que crescem, o que posso fazer para combatê-las? Qual é minha atitude no trânsito, no esporte, no círculo de amigos?
– Como respondo a tantos cenários de morte, de polarização e falta de diálogo?
– Minhas atitudes e reações diante das situações diárias são de uma pessoa de paz? Que sentimentos costumo alimentar em meu coração?
Textos Bíblicos: 2Ts 3,7-12; Lc 21, 5-19; Sl 97(98).