Que coisa bonita nos pensar habitados pelo Espírito Santo de Deus, gozarmos dessa presença santificadora, força de paz e de comunhão! Essa é uma realidade tão santa e sagrada que, se paramos para pensar na grandeza do dom, seu significado e implicâncias, nos deixam maravilhados e exultando de alegria.
A Solenidade de Pentecostes garante que o Pai completou a obra começada. Pela paixão, morte e ressurreição de Jesus e a consequente Ascensão aos céus abriu-nos as portas de acesso à vida plena. Estando junto do Pai, Jesus Cristo enviou-nos o Espírito Santo, habilitando-nos para a missão de continuar sua ação no mundo.
Se repararmos bem, o Evangelho deste domingo, evidência que essa continuidade se dá através de nossa vida cristã: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas, Jesus aparece aos discípulos, lhe deseja a paz e lhe diz: como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
Esse “como” significa do mesmo jeito, amor e espírito. Por isso, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “recebei o Espírito Santo! A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”. Ele quis assim. Concedeu aos apóstolos o poder de absolver, mas quem perdoa é sempre Ele, o Deus de Jesus Cristo.
O Evento “pentecostes” é tido como o nascimento da Igreja, pois a partir desse momento, os discípulos ficaram “cheios do Espírito Santo”, começaram a proclamar sem medo de nada e de ninguém que Jesus ressuscitara dos mortos e quem nele acreditasse e se fizesse batizar receberia o Espírito Santo e o perdão dos pecados.
Como bispo, enquanto ministro do sacramento da Crisma, revivo essa experiência quando impondo a mão e ungindo com óleo a fronte do jovem dizendo a ele: “Recebe por este sinal o dom de Deus!” Acredito piamente que naquele momento algo novo acontece no coração do cristão, embora externamente nada pareça mudar.
Como os Apóstolos sentiram-se impelidos a ir pelo mundo para levar a Boa Nova de Jesus, nós também, nos sentimos igualmente enviados a todas as pessoas que ainda não tiveram a graça de receber a plenitude do espírito. Nisto está nossa alegria e satisfação.
Lembrar ainda que hoje, além de encerrarmos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, somos convidados a fazermos nosso gesto concreto de solidariedade com a Igreja de Moçambique. O nosso pouco somado com o pouco de tantos outros pode viabilizar muitas obras de caridade e salvar muitas vidas. Sejamos generosos com o nosso projeto missionário!
Para refletir: Que posição ocupa o Espírito Santo na minha vida? Costumo invocá-lo? Me confio a ele? Nas horas de discernimento e crise peço sua iluminação? Consigo me imaginar habitado por essa força divina, feita pessoa?
Textos Bíblicos: At 2, 1-11; Rm 8, 8-17; Jo 20, 19-23; Sl 103(104).