Neste domingo, celebramos a Festa de Cristo, Rei do Universo, dia dedicado ao laicato. Colocando essa celebração na conclusão do Ano Litúrgico, a Igreja pretende mostrar como tudo converge para a recapitulação de todas as coisas em Cristo e para a glória daqueles que buscam o Reino de Deus e a sua justiça.
A vida de Jesus foi demasiada simples, em meio aos pobres e excluídos da sociedade do seu tempo, ele nunca andou com os reis e soberanos. Mesmo sabendo que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, raramente o invocamos usando essa linguagem.
Jesus não lançou mão do seu poder quando provocado pelos judeus, mas quando implorado humildemente pelo bom ladrão com aquele “lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino”, que assegurou-lhe: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.
Como é a realeza de Jesus? Que reinado é esse que tem como trono uma cruz e como coroa, uma de espinhos?
De fato, Jesus é rei pelo caminho da não-violência, da misericórdia, do perdão, da reconciliação, da doação, do sacrifício de si mesmo.
Jesus é rei do reino da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Um Rei derrotado pelos poderosos deste mundo e glorificado pelos humildes, pequeninos e pelo Pai.
À pergunta dos fariseus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer está aqui, ou está ali, porque o Reino de Deus já está no meio de vocês” (Lc 17, 20-21).
Se por um lado é difícil definir seus contornos e localização, o fato é que o Reino de Jesus já está presente, como semente lançada na terra, fermento que faz crescer a massa, pérola preciosa, tesouro escondido, rede lançada ao mar que recolhe peixes bons e maus… Mas não plenamente realizado, por isso continuamos a pedir: “venha a nós o vosso Reino” de verdade, de justiça, de amor e de paz.
Acreditamos na sua recomendação: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e o resto vos será dado por acréscimo” e vamos ao que é essencial.
Mais que questionar Jesus como fez um dos crucificados com ele: “Tu és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!” preferimos a atitude humilde e santa do bom ladrão: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reinado”.
Para refletir:
– Consigo perceber porque é importante reconhecer e acreditar na realeza de Jesus?
– Que reinado é esse, se não tem dinheiro, poder e mordomos a seu serviço?
– O que aparece no meu imaginário quando peço: “venha o seu Reino”?
Textos Bíblicos: Col 1, 12-20; Lc 23, 35-43; Sl 121(122).