No domingo passado meditamos sobre o chamado de Jesus a Mateus, um cobrador de impostos, convidando-o a deixar sua profissão e segui-lo com o objetivo de juntar-se ao seu grupo, para depois de passar um bom tempo na sua escola dar continuidade à importante missão de levar a boa nova a todos os homens.
Neste 11º domingo do tempo comum, o evangelista Mateus continua a reflexão vocacional a partir da constatação da carência de bons pastores: “vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não tem pastor”. E disse aos discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita”. Recomendação que continua tão atual quanto no tempo de Jesus.
Não deu muito tempo para pensar, chamou os doze, fez algumas recomendações e pede para saírem para anunciar que o Reino dos Céus estava próximo. Concede o poder de curar os doentes, ressuscitar os mortos, expulsar os demônios. E acrescenta: “de graça recebestes, de graça deveis dar!”
Algumas constatações importantes do agir e falar de Jesus. Ele percebe a condição de desânimo e cansaço da multidão. Falta de alguém que lhe mostre o caminho, pois estão sem rumo: “como ovelhas sem pastor”. Sabemos o que acontece com as ovelhas quando abandonadas ao próprio destino. Não vão a lugar nenhum se não forem ajudadas e conduzidas, devido a sua fragilidade e vulnerabilidade, acabando como presa fácil dos assaltantes e predadores.
Hoje precisamos de pessoas capazes de compaixão e percepção dos cansaços e sofrimentos das pessoas, como Jesus. Que tenham disposição de entrega empática e doação amorosa aos irmãos e irmãs que necessitam de uma mão amiga na superação das suas dores e problemas. Num segundo momento, que possam ajudar as pessoas a encontrar-se com o Bom Pastor, Jesus. E, finalmente, alcançar a libertação completa de sua solidão e exclusão em que se encontram, mediante um engajamento eclesial e social.
Portanto, a missão dos seguidores de Jesus, de todos nós que nos dizemos cristãos, é continuar hoje sua atividade compassiva, doando gratuitamente aos outros a vida que gratuitamente recebemos. Como concluíamos na semana passada: “Uma resposta de amor e gratidão ao Amor recebido gratuitamente de Deus, que move a entrega da vida pela salvação do próximo, pois aquele que foi ferido de amor não pode guardar para si tal graça sem a fazer resplandecer em todas as dimensões de sua vida”. Como falou aos Doze, fala também a nós, hoje: “Vão e anunciem…”.
Para refletir: Ouvindo o texto de Mateus 9, 36-10,8 sinto-me convidado a participar da missão dos Doze? Como posso colaborar para que o anúncio da Boa Nova, cheque aos irmãos e irmãs que não tiveram a graça de conhecer Jesus? Diante das situações que clamam por solidariedade, como costumo reagir? O que faço para ajudar? Se fico completamente indiferente, por que?
Textos bíblicos: Ex 19,2-6; Rm 5,6-11; Mt 9,36-10,8; Sl 99(100).