O Salmo 94 faz um convite muito singelo e de forma muito respeitosa a Israel: “Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”. Me chamou atenção esse jeito de falar e o trago para a nossa reflexão.
Esse: “Oxalá ouvísseis hoje a sua voz” soa como um apelo feito a cada um de nós que andamos entulhados com tantas palavras, imagens, sons, cantos, acontecimentos e mensagens que nos chegam de todos os lados. No meio disso tudo onde fica a voz de Deus? Onde e como escutar essa voz?
A exortação: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, apesar de terem visto as minhas obras”, também nos faz pensar. O povo de Israel tinha presenciado tantas manifestações que Deus estava e caminhava com ele. Basta pensar na passagem da escravidão para a liberdade. Com quanta rapidez e esqueceu as obras de Deus! Só lembra as cebolas do Egito.
Com podemos traduzir esse convite a não fechar os nossos corações? Ou será que isso não é problema nosso? Devemos reconhecer que tanto dentro como fora da Igreja encontramos pessoas sensíveis e de coração aberto às situações de necessidade das pessoas. Mas, quantos corações trancados, endurecidos e que nem estão aí com a miséria e o sofrimento de muitos irmãos e irmãs.
Talvez, seja importante perguntar-nos: que vozes estamos escutando? É voz de Deus que ressoa na liturgia, na proclamação da Sagrada Escritura, no silêncio interior de nossa consciência ou as falsas notícias que vendem gato por lebre, com o único interesse em tirar proveito próprio e sem nenhum escrúpulo?
Que o bom Deus, não permita que fechemos o nosso coração, mas arranque de nós o coração de pedra e nos dê um novo coração de carne, onde habita Deus e tem lugar os pobres e pequeninos, os prediletos do Pai. Não fechemos nosso coração e ouçamos a voz de Deus, então nossa vida será muito mais feliz.