No último domingo de junho, mês das festas juninas, a igreja do Brasil celebra a solenidade de São Pedro e São Paulo. É o dia do Papa. Hoje, seu nome é Francisco. Os desafios de ontem e de hoje são muito parecidos: evangelizar o complexo mundo que tende a se organizar sem Deus e muito voltado ao material, ao imediato e muito pouco pela fé e espiritualidade.
Muitas coisas poderiam ser ditas sobre estes dois apóstolos. Pedro, a quem foi confiado o poder das chaves e referência para a unidade Igreja. Paulo, o incansável evangelizador das gentes que passou muitas contrariedades e perseguições.
Os dois em situações e modo diferentes, com responsabilidades diferentes, mas figuras determinantes para a Igreja nascente. Dois temperamentos fortes que foram sendo convertidos e moldados pelo Espírito para dar fundamento e base à estruturação da Igreja e sua missão.
Pedro na hora derradeira chegou a negar de conhecer Jesus, sabendo que fora seu discípulo por alguns anos. Paulo por um período perseguidor dos que se diziam cristãos precisou ser derrubado do cavalo para entender o projeto de Deus. Embora suas covardias e fracassos Deus quis servir-se deles para dar continuidade a sua ação salvadora pelo mundo afora.
É bonito o testemunho de Paulo quando percebeu que estava chegando sua hora: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé… O Senhor esteve a meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente; e ouvida por todas as nações; e fui libertado da boca do leão” (2 Tm 7-17). Depois de ter passado por muitas e boas, manifesta sua consciência do dever cumprido.
No diálogo de Jesus com os discípulos (Mt 16, 13-19), Pedro porta-voz do grupo, formula a profissão de fé em Jesus Messias e recebe o encargo de conduzir na unidade a comunidade, a quem é delegado o compromisso de dar continuidade a missão e ser comunidade que perdoa e reconcilia.
Para destacar a importância de ambos e evitar que se acentue demais a primazia de Pedro, o prefácio da liturgia ressalta a missão de Paulo: “mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje por toada a terra, igual veneração”.
O Papa Francisco segue esse mesmo caminho com suas conversas e gestos simbólicos, reunindo como nunca se viu, tanto o zelo pela evangelização – desafiando-nos a sermos Igreja em saída – como a busca da comunhão, dispondo-se a dialogar sobre tudo e com todos.
O Senhor está sempre ao nosso lado sempre que nos esforçamos viver nossa vocação e missão.
Para refletir:
O que mais me chama atenção e encanta desses dois Apóstolos: Pedro e Paulo?
Qual a minha disposição com relação a colaborar para tornar Jesus conhecido e amado?
O Francisco de hoje é o Pedro de ontem. Acompanho a atuação e as mensagens do Papa? Que leitura faço?
Textos bíblicos: At 12, 1-11; 2Tm 4, 6-8.17-18; Mt 16, 13-19; Sl 33(34).