Continuando nossa reflexão sobre o mês missionário com seu tema: “A Igreja é missão” e deixando-nos iluminar pela mensagem do papa Francisco para essa ocasião, concluíamos na semana passada dizendo que “a primeira motivação para evangelizar é o amor de Jesus que recebemos, a experiência de sermos salvos por Ele é que nos leva a amá-lo cada vez mais. E que é fundamental para a transmissão da fé o testemunho de vida evangélica dos cristãos. Assim que, o exemplo de vida cristã e o anúncio de Cristo, caminham sempre juntos, como dois pulmões com os quais cada comunidade deve respirar para ser missionária.
O papa exorta todos a recuperar a coragem, a franqueza, aquela ousadia dos primeiros cristãos, para testemunhar Cristo, com palavras e obras, em todos os ambientes da vida. Sempre muito pedagógico no seu comunicar usa a imagem dos dois pulmões para dizer que para sermos missionários não basta falar de Jesus, anunciar Jesus Cristo ao mundo, para alcançar a finalidade da conversão a Jesus deve acompanhar o testemunho de vida. É o que nos ensina a carta de São Tiago: “A fé sem as obras é morta”.
Paulo VI, expressa esse mesmo conceito de outra forma: “O homem contemporâneo escuta com mais boa vontade as testemunhas que os mestres, ou então se escuta os mestres o faz porque eles são testemunhas”. E isso, como vimos acima, pode ser feito em todos os ambientes da vida. Assim que não necessariamente precisamos ir longe, quem sabe nem sair de casa. Santa Terezinha nunca saiu do convento e se tornou a padroeira das Missões.
Vem a pergunta: mas como assim? Sim, não saiu do convento fisicamente, mas chegou até os confins do mundo com o seu amor apaixonado por Jesus e pela humanidade, com a oração e a oferta da sua em favor de todos. Aqui pode estar um indicativo importante para colaborar e participar efetivamente na missão da Igreja.
O papa, ainda lembra que Jesus Ressuscitado exortando os discípulos a serem testemunhas diz onde devem ir: “Em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo” (At 1,8). O caráter universal da missão dos discípulos de Jesus é muito claro: até os confins do mundo, onde haja uma alma a salvar.
O papa faz questão de lembrar que o envio é para anunciar e não para fazer proselitismo e que o mandato de ir “até os confins do mundo” deve interpelar os discípulos de Jesus de todos os tempos, impelindo-os a ir além dos lugares habituais para levar o testemunho do amor de Cristo. A Igreja de Cristo sempre esteve, está e estará ‘em saída’ rumo aos novos horizontes geográficos, sociais, existenciais, rumo a lugares e situações humanas ‘fronteiriças’. Nesse sentido, a missão sempre será missão além-fronteiras. Rezemos um pouco mais nesses dias por aqueles e aquelas que vivem o desafio de ‘ir mais além’. Moisés de braços erguidos em oração pode ser um indicativo interessante.
Para refletir: Como posso me envolver mais com a questão missionária? Colabora com a missão anunciando o evangelho e/ou dando testemunho de Jesus? O que me proponho fazer de diferente neste mês missionário?
Textos Bíblicos: Ex17, 8-13; 2Tm 3, 14-4,2; Lc 18, 1-8; Sl 120(121).