Dentro do tempo da epifania, liturgicamente, neste final de semana meditamos sobre o Batismo de Jesus. Se tem alguém que não precisava de um batismo de conversão era Ele. Mas diz a João quando esse não queria batizá-lo: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça”. E a experiência foi importante para o próprio Jesus, pois serviu, num certo sentido, para confirmar sua missão.
Hoje, em nossas paróquias estamos trabalhando a iniciação à vida cristã como um todo. E a preparação para pais e padrinhos em vista do batizado dos filhos pequenos prevê alguns encontros na comunidade e na casa dos pais, criando assim oportunidades de maior aproximação com a comunidade. O que nem sempre é entendido. Aí vem a pergunta: porque querem batizar o filho?
Em alguns casos se percebe que é por tradição: sempre foi assim, fomos batizados e queremos batizar e dar padrinhos. Quanto mais rápida a preparação ou quanto menos exigências melhor. Outros por superstição: batizar para ficar bem de saúde e estar protegido do mau olhar. Outros por não conhecer o sentido profundo do sacramento e estão totalmente afastados da Igreja e da prática cristã.
Mas, graças a Deus, a grande maioria, mesmo que fragilmente acreditam em Deus e sabem que o batismo é um Sacramento, ou seja, uma ação santa e sagrada do próprio Deus em favor da pessoa a ser batizada. O sacramento que confere ao batizando a vida divina, que faz dele um filho de Deus. Aquilo que Jesus é por natureza nós o somos por Graça. Com o batismo passamos a gozar de uma comunhão profunda e íntima com Deus. Marcados no profundo do nosso ser, selados no Espírito Santo para sempre. Tesouro que ninguém pode nos roubar.
Quanto diferente seria a participação e a preparação se as pessoas entendessem tudo isso, a grandeza do Mistério celebrado. Nunca, como nesse tempo, a Igreja insiste tanto no “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”, para dizer que o dom do Batismo é compromisso com o anuncio do Evangelho, com a boa noticia a ser anunciada ao mundo desesperançado e perdido, atrás de coisas que não alegram e não saciam o coração humano, sedento de amor, sedento de Deus.
Penso que todos concordam que o que falta é evangelização. Sem evangelização, realmente não se vê porquê batizar. Quem crer e for batizado será salvo. Mas para crer precisa conhecer e como conhecer se não tiver quem anuncia a Palavra?
O que não queremos é negar o batismo para ninguém. Nosso desejo é ajudar as pessoas a tomar consciência da grandeza do dom e a responsabilidade que dele deriva.
Para refletir:
– Sou batizado? Vivo meu batismo? Como?
– Faz sentido dar o batismo às crianças de pais e padrinhos que não praticam a fé cristã?
– Que sugestões você daria aos responsáveis pela preparação dos pais e padrinhos em nossas comunidades?
Textos bíblicos: 1Jo 2,29-3,6; Mt 3,13-17; Sl 28(29).