Com a celebração de São Pedro e São Paulo estamos concluindo as festas juninas que sempre despertam em nossas comunidades um sentido de alegria e esperança cristã. Santo Antônio, grande pregador de espírito franciscano, com sua simplicidade e determinação no combate das heresias pelo anúncio da Palavra. Como protesto aos que não querem aceitar a verdade vai falar aos peixes; aos que duvidam da presença real de Cristo na Eucaristia lança o desafio da mula; porque é o santo casamenteiro não sei. Sua língua continua intacta no grande Santuário de Pádua. Para os italianos é: “O Santo!”.
São Luiz Gonzaga, bastaram 23 anos para alcançar a fama de santidade. São João Batista, o último dos profetas, contagiado pelo Filho de Deus desde o seio materno emenda com sua vida por Ele. Paulo, o perseguidor dos cristãos acaba a maior testemunha de Jesus, ao ponto de afirmar: “Já, não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim!” Pedro, o metido, que contesta algumas coisas do Mestre, na hora H responde certeiramente: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”.
Gostaria que pensássemos juntos a enquete que Jesus faz depois de um bom período de convivência com os seus. Encontram-se em Cesareia, terra pagã, Jesus faz sua sondagem: “Que dizem os homens ser o Filho do Homem?” Para o povo é um personagem importante, na linha dos profetas. Mas Jesus, põe o dedo na moleira e lança a pergunta fatídica: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
E aí vem a resposta do fundo do coração do apóstolo Pedro, que responde pelo grupo: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. E recebe aquela bem-aventurança: “Feliz és tu, Simão, Filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu”. Dois aspectos importantes para quem deseja ser verdadeiramente seguidor de Jesus.
Primeiro, responder à pergunta de Jesus: Quem sou eu para você? Ou seja, quem é Jesus para mim? Evidentemente, que aqui não cabe uma resposta formal, doutrinal e teológica, mas a nível existencial, do fundo do meu coração e consciência interior. Pode ajudar a verificar respondendo outras perguntas: qual lugar ocupa Jesus na minha vida? Quando penso nele? Que tempo dou para escutar sua Palavra ou para um colóquio no silêncio do meu quarto ou no banco da igreja diante do sacrário? Ou ainda, escutando a partilha de um colega?
Segundo, é a resposta de Jesus à confissão de Pedro: “Não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu”. Não podemos esperar que outros respondam por nós. Precisamos ir à fonte buscar o que o Pai tem a nos revelar. Aqui entendemos aquilo que a Igreja insiste, hoje: a vida cristã não é uma teoria, ou mera doutrina, mas um acontecimento, seguimento de alguém vivo e atuante na história através de todos os que entram no Caminho.
Textos bíblicos: At 12, 1-11; 2Tm 4,6-8.17-18; Mt 16, 13-19; Sl 33(34).