A Voz do Bispo › 13/09/2024

Sejamos praticantes da Palavra

Continuando nossa reflexão sobre o Mês da Bíblia, recorro a um artigo da revista Cidade Nova dos Focolarinos, que, seguindo o exemplo de Chiara Lubich, medita um versículo bíblico por mês. Acredito que, com a intenção de preparar seus leitores para o Mês da Bíblia, oferecem o seguinte texto inspirador: “Sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1,22).

O tema ouvir e praticar é uma questão fundamental que Tiago aborda com insistência. Tanto que o texto continua: “Aquele, porém, que se debruça sobre a Lei perfeita, que é a da liberdade, e nela persevera, não como um ouvinte distraído, mas praticando o que ela ordena, será feliz naquilo que faz” (Tg 1,25). É precisamente esse esforço de conhecer as Suas Palavras e vivê-las que nos liberta. Mais adiante, Tiago afirma que “a fé, se não tiver obras, está completamente morta” (Tg 2,17).

Podemos dizer que a carta de Tiago retoma aquilo que Jesus anunciou para fazer viver e experimentar a realidade do Reino dos céus entre nós: declara bem-aventurado quem ouve a Sua Palavra e a guarda; reconhece como Sua mãe e Seus irmãos aqueles que a ouvem e a põem em prática; e compara a Palavra à semente que, se cair em terra boa, isto é, naqueles que a ouvem com um coração bom e generoso e a guardam, faz com que produzam frutos com a sua perseverança.

É útil e oportuno recordar a exortação de Chiara em setembro de 2006 sobre a Palavra: “Vamos concretizá-la, assumi-la como algo nosso. Experimentemos quanta potência de vida ela irradia em nós e ao nosso redor quando a vivemos. Apaixonemo-nos pelo Evangelho até o ponto de deixar-nos transformar nele e transbordá-lo sobre os outros. Sentiremos claramente, de modo palpável, a libertação de nós mesmos, dos nossos limites, das nossas escravidões. E não é só isso: ao darmos a Jesus a liberdade de viver em nós, veremos explodir a revolução de amor que Ele provocará no ambiente social que nos envolve.”

Conclusão: sejamos praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-nos a nós mesmos.