A Voz do Bispo › 10/04/2019

Semana Santa

Com a benção e a procissão de Ramos, lembramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e iniciamos a Semana Santa. Escutando a leitura da Paixão do Senhor, meditando os últimos momentos de sua vida entre nós, em carne e osso, podemos obter muitas luzes para os nossos dias.

A amargura e o sofrimento provocados pelas autoridades de então, não abateram o “Servo sofredor” que assumiu sobre Si o sofrimento do povo de todos os tempos e lugares; maltratado pela injustiça e ganância dos poderosos, qual “ovelha levada ao matadouro que não abriu sua boca” a não ser para dizer: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, nos mostra um caminho misterioso, mas cheio de esperança.

Parece que essa história de imolação se repete até os nossos dias. Será que depois de mais de dois mil anos ainda a humanidade não entendeu a iniciativa redentora de Deus?

É verdade que as ameaças continuam. Lembro que em 2017, por esse período, já se falava de Reforma da Previdência; da ameaça de retirada da Filantropia de entidades que socorrem os pobres e excluídos; do debate sobre “Foro privilegiado”, etc.

Cristo crucificado é o maior símbolo do amor gratuito e solidário de Deus. Motivados por esse jeito de Deus, mesmo em meio ao emaranhado de injustiças que ainda assolam nosso país e o mundo, queremos manifestar que aprendemos a lição de amor, participando ativamente na Coleta da Solidariedade, dimensão importante da Campanha da Fraternidade que este ano nos traz o tema importante das Políticas Públicas, qual remédio que pode curar muitas dores e sofrimentos do povo de Deus.

Neste dia em que somos convidados a aclamar Jesus com nosso: “Hosana ao filho de Davi, bendito o que vem em nome do Senhor!” façamos nossa doação com boa vontade e largueza de coração, certos que nosso gesto pode aliviar o sofrimento de muitos irmãos.

Acompanhando os passos de Jesus, Servo Sofredor, de ontem e de hoje, possamos experimentar mais uma vez a preciosidade do dom de Deus – a nossa salvação – que custou o precioso sangue do Filho de Deus.

Lembremos que nossa doação não é taxa, mas oferta gratuita. Não damos o que sobra, mas algo que é fruto do nosso trabalho e cientes de tê-lo recebido do Deus da vida e do amor, que entregou sua vida por nós.

Não nos deixemos tomar pela indiferença. Saibamos chorar com os que choram e alegrar-nos com os que se alegram.

Que o Santo, nos conceda a graça de viver santamente a Semana Santa!

 

Para refletir:

  • Como costumo viver a Semana Santa? O que neste ano quero fazer de diferente?
  • Independentemente de ser praticante ou não, o que essa reflexão sobre o sofrimento do Justo sugere para mim e minha família?
  • Costumo participar da Coleta da Campanha da Fraternidade promovida pela Igreja Católica? O que pretendo fazer concretamente como gratidão a Deus por tudo o que me tem dado?

 

Textos bíblicos: Is 50,4-7; Lc 19, 28-40 e Lc 22,14-23,56; Sl 21.

 

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