Domingo passado iniciamos um novo tempo litúrgico, o tempo do Advento que nos prepara para a celebração do Santo Natal. Tempo em que costumamos cantar: “Tempo de advento, tempo de esperar, tempo em que Jesus virá nos libertar… tempo de alegria em nosso coração, Deus é nosso amigo e nosso irmão”.
Um tempo bonito, de uma feliz expectativa e esperança cristã. Um tempo de preparar o coração para vivenciar mais uma vez o Mistério da Encarnação, fazer memória do dia/tempo em que o Verbo se fez carne, se fez gente como nós, em tudo igual a nós menos no pecado. Com esse advento/acontecimento a história ficou marcada para sempre por uma revelação nunca pensada antes. Deus fazendo-se homem, num certo sentido, concedeu ao homem a possibilidade de ser Deus, ou melhor, ser Filho de Deus.
A liturgia deste segundo domingo do Advento nos faz entrar no espírito deste tempo que é de vigilância e do tema principal: o chamado a conversão. O Profeta Isaías, anuncia a esperança messiânica, de alguém que vem consumar o bem em favor do povo: “nascerá uma haste do tronco de Jesse e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor. Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; no temor do Senhor encontrará ele seu prazer”. Ele trará justiça aos pequeninos e uma ordem justa para toda a humanidade. Será realizada assim a reconciliação de toda a criação, onde todos viverão pacificamente, acontecerá a paz universal como no início da criação.
No Evangelho deste domingo, João Batista, profeta que está entre o passado e o futuro, surge no deserto e convida à conversão em vista da proximidade do Reino. Convoca a preparar os caminhos do Senhor, eliminando todo obstáculo ao Reino dos céus, tudo o que dificulta sua chegada. Enquanto o povo simples e sincero recebe o batismo de conversão, o profeta rechaça os fariseus e saduceus porque não acreditam na profecia e os chama de víboras venenosas, vale dizer agentes de morte.
Evidentemente não queremos ser nada disso, mas agente de vida nova que deverá surgir na medida que acolhemos a palavra com seu convite a conversão, a voltarmos para Deus de coração sincero, acolhendo aquele que nos vem trazer a paz entre todos e com todas as criaturas.
Uma forma simples de preparar-nos para celebrar bem o Natal é repetirmos com frequência essa bonita e simples súplica: “Vem, Senhor Jesus, inunda todo o meu ser!”
Para refletir: Como pretendo me preparar para a celebração do Natal? O que poderia fazer? Quem sabe me unir a algum grupo para os encontros de advento? Quais atitudes ou gestos concretos pretendo realizar como sinais de autêntica conversão e crescimento espiritual?
Textos bíblicos: Is 11, 1-10; Mt 3, 1-12; Sl 71(72).