A Voz do Bispo › 20/12/2024

Viver a esperança na solidariedade

Esse é o tema do quarto encontro de preparação para a celebração do Natal em nosso Regional. Celebrar o Natal é viver a esperança na solidariedade e na fraternidade. Em tempos marcados por feridas e sofrimentos, somos chamados à solidariedade, que vai ao encontro de quem está ferido e machucado.

Nos caminhos da vida, nossos irmãos e irmãs precisam de uma palavra de esperança e de gestos de afeto e cuidado. As feridas abertas por uma sociedade materialista e individualista, além dos desastres climáticos, mostram que é urgente um processo de humanização, capaz de se ocupar com aqueles que estão caídos à beira da estrada.

A parábola do bom samaritano, proposta para a meditação neste encontro, nos mostra a importância da solidariedade para gerar esperança nas pessoas que se encontram em situações de extrema necessidade e que, muitas vezes, estão perto de nós. Nem sempre nos damos conta ou, pior ainda, fingimos não ver, justificando que temos coisas “mais importantes” para fazer. Mas o que pode ser mais importante do que socorrer um irmão ou irmã que necessita de nossa solidariedade?

O doutor da lei que perguntou a Jesus: “O que devo fazer para ter a vida eterna?” sabia a resposta, tanto que respondeu corretamente: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Não satisfeito, questionou: “Quem é o meu próximo?” Então, Jesus conta a história do bom samaritano. Ele não conhecia a doutrina profundamente, mas vivia o espírito da solidariedade. Assim, o irmão caído recupera a esperança pelo gesto fraterno de outro irmão.

O convite que Paulo nos faz de sermos “alegres na esperança” exige escolhas concretas no dia a dia de nossa vida. Como lembra o Papa, a esperança é humilde e é uma virtude que precisa ser trabalhada todos os dias. Já o Cardeal Tolentino sugere: o Advento é tempo de interromper, suspender as nossas questões, amarguras, os longos percursos e as inquirições para aquilo que não tem resposta ou cuja resposta não nos cabe colher. Ou, como fazia São João Calábria: “Hoje começo de novo.”