O segundo domingo de agosto é dedicado aos pais: é a vocação ao matrimônio. Sempre que falamos de vocação, entendemos um chamado específico, feito a pessoas concretas que fazem uma opção consciente de uma vida a dois, na perspectiva própria da comunhão conjugal, fazendo-se cooperadores de Deus na obra da criação. É próprio do matrimônio gerar, gestar e educar a prole que resulta dessa entrega recíproca no amor. Vocação santa quando assumida e vivida no amor gratuito e sincero, com a disposição de doar a vida pelo irmão.
Segundo o Papa Francisco: “Toda criança tem direito a receber o amor de uma mãe e de um pai, ambos necessários para o seu amadurecimento íntegro e harmonioso… não separadamente, mas também do amor entre eles, surgindo como um ninho acolhedor e fundamento da família. Se, por alguma razão inevitável, falta um dos dois, é importante procurar alguma maneira de compensar, para favorecer o adequado amadurecimento dos filhos.”
Ele se mostra preocupado com os pais ausentes: “Deus coloca o pai na família, para que, com as características próprias da sua masculinidade, esteja próximo da esposa, para compartilhar tudo, alegrias e dores, dificuldades e esperanças. E esteja próximo dos filhos no seu crescimento: quando brincam e quando se aplicam, quando estão descontraídos e quando se sentem angustiados, quando se exprimem e quando permanecem calados, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando voltam a encontrar o caminho; pai, presente sempre. Estar presente não significa ser controlador.”
E conclui: “Alguns pais sentem-se inúteis e desnecessários, mas a verdade é que ‘os filhos têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando voltam dos seus fracassos. Farão de tudo para não o admitir, para não o revelar, mas precisam dele’. Não é bom que as crianças fiquem sem pais e, assim, deixem de ser crianças antes do tempo.” Evidentemente, tudo isso vale igualmente para as mães.
Espero que essa preocupação do Papa Francisco ajude os homens que carregam nos ombros a graça de um pai e as mulheres que são um céu de ternura, aconchego e calor, a assumirem responsavelmente sua vocação/missão. Aos jovens que se sentem chamados ao matrimônio, digo: não poupem esforços para se prepararem adequadamente para selar vosso amor com o Sacramento e gozar de todas as graças e bênçãos para serem fiéis à vocação assumida.
Também a vocação matrimonial pressupõe um processo de discernimento, guiados pelo Espírito de Deus, que pode manifestar-se na brisa suave, nas águas agitadas, no silêncio do coração… É sempre bom ouvir de Jesus: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”
Celebrar o Dia dos Pais é celebrar o Dia da Família, berço da vida, patrimônio da humanidade e lugar e escola de comunhão, espaço ideal para a iniciação à vida cristã.
Para refletir:
Concordo com a visão de paternidade e maternidade do Papa Francisco? Consigo ver e compreender o Matrimônio como vocação? O que os pais deveriam fazer para honrar sua vocação matrimonial?
Textos Bíblicos: 1Rs 19, 9-13; Rm 9, 1-5; Mt 14, 22-33; Sl 84(85).00