O Papa Francisco oferece à Igreja uma nova carta encíclica, a quarta de seu pontificado. Desta vez sua reflexão é sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus Cristo. Com o título “Dilexit nos” (Amou-nos), o pontífice pede para recuperarmos aquilo que é mais importante e necessário: o coração.
O texto reúne reflexões de textos do magistério e uma longa história que remonta às Sagradas Escrituras, para repropor hoje, a toda a Igreja, o culto ao Sagrado Coração de Jesus, repleto de beleza espiritual “a um mundo que parece ter perdido o coração”, como o próprio Papa anunciou em 5 de junho passado.
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A encíclica foi publicada durante as celebrações — de 27 de dezembro de 2023 a 27 de junho de 2025 — do 350º aniversário da primeira manifestação do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, em 1673. Jesus apareceu à jovem freira para confiar-lhe a missão decisiva de difundir no mundo o amor de Jesus pelos homens, às portas do Iluminismo. Cristo pediu à irmã Margarida que a sexta-feira após a festa de Corpus Christi fosse dedicada à Festa do Sagrado Coração de Jesus. Em 1856, Pio IX decidiu que esta festa fosse estendida a toda a Igreja. No século XIX, a devoção se espalhou rapidamente com consagrações e surgimento de congregações masculinas e femininas.
Em uma sociedade – escreve o Papa – que vê a multiplicação de “várias formas de religiosidade sem referência a uma relação pessoal com um Deus de amor” (87), enquanto o cristianismo muitas vezes esquece “a ternura da fé, a alegria do serviço, o fervor da missão pessoa-a-pessoa” (88), o Papa Francisco propõe um novo aprofundamento sobre o amor de Cristo representado em seu santo Coração e nos convida a renovar nossa autêntica devoção, lembrando que no Coração de Cristo “encontramos todo o Evangelho” (89): É em seu Coração que “finalmente nos reconhecemos e aprendemos a amar” (30).