O bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, juntamente aos demais bispos do Rio Grande do Sul, embarcam no sábado, 30/04, para Roma, Itália, onde estarão, de 02 a 06 de maio, na visita Ad Limina Apostolorum, no Vaticano. Literalmente, do latim, o termo quer dizer “no limiar dos apóstolos”. Isto significa que os bispos, que hoje são os sucessores dos apóstolos, vão estar no limiar, na soleira, às portas da Basílica de São Pedro.
Durante a visita o grupo participará de reuniões e encontros em diversos Dicastérios, Congregações, Conselhos Pontifícios e Comissões. No dia 04 de maio, o episcopado gaúcho também estará na Secretaria de Estado do Vaticano e na quinta-feira, 05, participará da Audiência com o Papa Francisco. A visita Ad Limina também está relacionada com a apresentação de um relatório sobre a situação das arquidioceses e dioceses gaúchas.
Dom Jaime Pedro, em mensagem, pede ao clero e às comunidades da Diocese, oração para esse encontro de comunhão e participação com a Igreja Universal. Durante a ausência do bispo do Brasil, o Pe. Ildomar Danelon, que é vigário geral da Diocese responderá por questões administrativas. E o diácono Antônio Heliton Alves, o ecônomo, pelas questões econômicas que surgirem.
No dia 8 de maio, dom Jaime Pedro participa da abertura do Capítulo da Congregação dos Pobres Servos e das Pobres Servas da Divina Providência, em Maguzzano, próximo de Verona, Itália, retornando para a Diocese de Osório no dia 12/5, quinta-feira.
A visita Ad Limina também está relacionada com a apresentação de um relatório sobre a situação da arqui/diocese de cada um. Este material não consiste especificamente em uma prestação de contas, mas muito mais em uma explanação sobre a situação de cada Igreja Local. Este movimento deve ocorrer a cada cinco anos, conforme previsto no Código de Direito Canônico:
Cân 399 – § 1. O Bispo diocesano está obrigado a apresentar de cinco em cinco anos um relatório ao Sumo Pontífice sobre o estado da diocese que lhe está confiada, segundo a forma e o tempo determinados pela Sé Apostólica.
Para isso, o CDC prevê que “o Bispo diocesano vá a Roma no ano em que está obrigado a apresentar o relatório ao Sumo Pontífice […], a fim de venerar os sepulcros dos Bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e apresente-se ao Romano Pontífice” (Cân 400).
Segundo o Diretório da Visita Ad Limina, a programação contempla as visitas já citadas acima e pode incluir ainda, para aqueles que desejarem, a possibilidade de contato com a realidade eclesial e pastoral romana para “um conhecimento recíproco e um intercâmbio de experiências pastorais em torno de questões de interesse comum e situações análogas”.
Partirão do Rio Grande do Sul ao Vaticano um grupo de 23 visitantes, representando as quatro arquidioceses e 14 dioceses do Regional Sul 3 da CNBB: os 4 arcebispos, 15 bispos ativos, 3 bispos eméritos e o Pe. Silvio Jorge Mazzarolo, administrador diocesano de Cruz Alta.
A visita Ad Limina é um ato que todo o Bispo cumpre para o bem de sua própria diocese e de toda a Igreja, para favorecer a unidade, a caridade, a solidariedade na fé e no apostolado.
Trata-se de um momento forte na vida e no ministério pastoral dos Bispos, uma oportunidade de experimentar, de forma mais intensa, a comunhão com o Sucessor de Pedro e também entre os Bispos que, dessa forma, fortalecem a dimensão da colegialidade que os une num só corpo bem unido a serviço da Igreja, Povo de Deus a caminho da casa do Pai.
O diálogo fraterno que se estabelece com os vários Dicastérios da Cúria Romana e com o Santo Padre é uma forma de vivenciar a sinodalidade da Igreja, naquele sentido expresso pelo Papa Francisco: “um caminhar juntos, revigorados pela coragem e pelo consolo que vem do Senhor. Caminhamos, olhando-nos nos olhos e ouvindo-nos, com sinceridade, sem esconder as dificuldades, experimentando a beleza de caminhar unidos, para servir”.
Nesse espírito de unidade e colegialidade, os bispos vão apresentar ao Papa as diferentes e complexas realidades que desenham o rosto da Igreja no Rio Grande do Sul, com suas dificuldades e desafios pastorais, mas, sobretudo, com seus projetos, alegrias, esperanças e toda a riqueza da Ação Evangelizadora desenvolvida pelas 18 arqui/dioceses do Regional Sul 3.
O Papa poderá conhecer melhor, por exemplo, o trabalho realizado na renovação da catequese, com o projeto da Iniciação à Vida Cristã (IVC); a realidade da formação inicial e permanente do clero; os desafios da pastoral vocacional; o espírito de comunhão que existe com os religiosos e religiosas; as inúmeras iniciativas e projetos que visam à formação de lideranças leigas nas comunidades paroquiais e nos movimentos eclesiais, bem como todas as frentes de diálogo e interação da Igreja com as várias realidades presentes na sociedade.
Já são dois anos de espera ansiosa pela visita Ad Limina. A viagem que ocorre neste maio estava marcada inicialmente para 21 a 30 de março de 2020, cancelada em virtude da pandemia do Covid-19 e o início do lockdown no mundo inteiro. Com estes dois anos de adiamento, somam-se quase 13 anos desde a última visita Ad Limina realizada pelo episcopado do Regional Sul 3, de 27 de novembro a 10 de dezembro de 2009.
Dos 22 bispos que agora vão ao Vaticano, apenas sete eram bispos diocesanos na época e estavam na visita em 2009. Na ocasião, o encontro foi realizado junto com os bispos do Regional Sul 4 – Santa Catarina.
Em 2009 os bispos tiveram dois momentos com o Papa Bento XVI: uma audiência reservada e uma audiência geral. Além disso, o grupo realizou também as visitas nos Dicastérios e celebrou nas quatro Basílicas Maiores: São João de Latrão, São Paulo Extramuros, Santa Maria Maior e São Pedro, a sede do Vaticano.
Confira o Discurso do Papa Bento XVI aos bispos em 2009.
Com informações da CNBB Sul 3