Em atenção ao trabalho realizado pela Pastoral Carcerária (PCr) no Litoral Norte gaúcho, a Diocese de Osório, por meio da coordenação diocesana da Pastoral Carcerária promoverá nos dias 20 a 22 de outubro, a primeira etapa do curso da Escola do Perdão e Reconciliação (EsPeRe). Uma segunda etapa do curso está prevista para 17 a 19 de novembro, em Torres, deste que é um curso de extrema relevância para o trabalho evangelizador nas instituições prisionais.
Para a coordenadora paroquial da PCr em Torres, Iara Maria de Carvalho, a atuação da Pastoral Carcerária se dá pela presença, citando a frase bíblica “Estive preso e viestes me visitar” (Mt. 25, 36). “A presença de Jesus e da Igreja no cárcere levando a esperança, a acolhida, o cultivo da fé e da restauração da atual condição de prisão para uma vida plena e digna após a saída do presídio”, explica Iara.
Ainda de acordo com a coordenadora, a PCr busca auxiliar de forma que a sociedade possa superar preconceitos e aceitar homens e mulheres que passaram pelo cárcere novamente ao convívio social por meio da oferta de emprego, apoio e convivência familiar. O trabalho da PCr ganha mais força pelas parcerias realizadas com advogados, Defensoria Pública, Promotores de Justiça, permitindo a solução e encaminhamentos dos mais variados.
Presídio Estadual Feminino – Torres
Atuante há cerca de 6 anos na PCr junto ao Presídio Estadual Feminino de Torres, Pe. Almo Köhler, da Paróquia São Domingos, acredita que só por meio da educação e de um trabalho restaurativo é possível diminuir os problemas de violência e insegurança, por consequência, diminuir a reincidência nas casas prisionais. “As detentas gostam de participar dos nossos encontros. Temos uma sala especial que a nossa equipe de agentes da PCr recebe cerca de 10 mulheres para uma reflexão por meio da Leitura Orante da Bíblia, com acolhida e abertura, pouco a pouco elas participam e se expressam. E vão tomando consciência dos seus atos e afirmando não querer mais uma vida de crime. Muitas estão no presídio de Torres e seus maridos na Penitenciária de Osório. É algo que atinge toda a família”.
Para Pe. Almo, a escola EsPeRe, que acontecerá neste final de semana, em Torres, será uma grande contribuição para fortalecer o trabalho que já vem sendo realizado na Diocese, não só para a formação dos agentes da PCr, mas também contribuir com os profissionais que atuam nas casas prisionais que participarão do encontro. “O Presídio de Torres é bastante tranquilo perante outras casas pelo Brasil, são poucos os conflitos. Mas percebemos que existe muita a avançar na relação entre detentos/as e agentes prisionais, e na própria estrutura do presídio que pode cada vez mais oferecer atividades profissionalizantes e de educação que podem contribuir significativamente com a restauração da dignidade e levar homens e mulheres a uma vida de reinserção social e fora do crime”, acredita.
A Formação – EsPeRe
A atividade acontecerá no Centro de Pastoral da Paróquia São Domingos de Torres com a expectativa de reunir cerca de 30 agentes da Pastoral das paróquias de Osório, Tramandaí, Torres, dentre outras. Também se fará presente na formação além dos agentes da Pastoral, profissionais da segurança dos presídios e da área de saúde que atuam nas instituições prisionais
A formação será coordenada pela irmã Imelda Maria Jacoby, de Passo Fundo, que é atualmente a coordenadora estadual da PCr e coordenadora nacional da EsPeRe, que tratará dos fundamentos da Justiça Restaurativa, a partir do perdão e da reconciliação. O encontro também contará com a presença da coordenadora do Núcleo de Fundamentos da Justiça Restaurativa, Evanice Luiza Diedrich Schroeder, de Montenegro.
Segundo irmã Imelda, “um dos focos da atual coordenação estadual da PCr é a sensibilização dos agentes para a Justiça Restaurativa, em vista de uma mudança do panorama atual de justiça punitiva”.
A Pastoral Carcerária da Diocese de Osório tem como referencial o Frei Romualdo Breda da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes – Tramandaí. Como coordenador diocesano o agente de Pastoral, Joaquim Alcides Oliveira Lima, de Osório.
Mais informações de como atuar na Pastoral Carcerária, contate a secretaria paroquial da sua Paróquia.
Por Melissa Maciel, jornalista
Assessoria de Comunicação da Diocese de Osório
Fotos: Arquivo / Pastoral Carcerária da Paróquia São Domingos de Torres