Com a celebração das cinzas inauguramos o tempo quaresmal, onde prevalece o convite à conversão. Justamente nesse tempo a Igreja no Brasil propõem a Campanha da Fraternidade que neste ano será Ecumênica e tem como tema: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e como lema: “Cristo é nossa paz: do que era dividido fez uma unidade”.
O evangelista Marcos, no texto deste primeiro domingo da quaresma, é muito claro e simples: “Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: ‘O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho’”. A grande conversão a que somos todos chamados consiste em acreditar no Evangelho de Deus revelado por Jesus.
A grande e importante conversão que a CF deste ano nos propõem é a conversão ao diálogo, ou seja, assumir o diálogo como estilo de vida seja a nível pessoal como institucional, seja internamente na Igreja como ad extra (na relação com outras religiões e grupos) sem excluir ninguém.
Como o próprio texto-base nos diz: “a conversão é um processo permanente e diário, nos provoca a pensarmos e repensarmos cotidianamente nossa forma de estar no mundo. Ela nos pergunta sobre como nos envolvemos com as transformações sociais, econômicas, espirituais, ecológicas, individuais e coletivas, a fim de que sejamos, cada vez mais, coerentes com os ensinamentos de Jesus nos Evangelhos”.
“As palavras de Jesus sempre foram orientadas para que as pessoas assumissem compromissos em defesa da igualdade e do diálogo… Ao nos ensinar a partilhar tudo o que somos e temos com os pobres, Jesus revela que a concentração da riqueza não é coerente com a paz, porque gera desigualdades, conflitos e segregação”.
“Essa postura de Jesus nos mostra a possibilidade de novas formas de relações humanas e sociais. Tais relações não são de apego incondicional à Lei, mas de compromisso incondicional ao amor”. “Quaresma, na tradição cristã, é período de conversão e autorreflexão. São 40 dias dedicados à oração, ao jejum, à partilha do pão e à revisão de nossas práticas e posturas diante da vida, do Planeta e das pessoas”.
“A CFE 2021 quer ser um convite para viver um jejum que agrada a Deus e que conduz à superação de todas as formas de intolerância, racismo, violências e preconceitos. Esperamos que este seja um tempo que nos ajude a testemunhar e anunciar como a própria vida que Cristo é a nossa paz, adotando comportamentos de acolhida, diálogo, não violência e antirracistas”.
Para refletir: Nossa fé em Jesus Cristo tem contribuído para posturas de acolhida e de compromisso com as pessoas vulneráveis e vulnerabilizadas, pobres e excluídas e de comprometimento em projetos de superação das desigualdades? Associamos o nome de Jesus mais ao amor ou a intolerância? Sou uma pessoa de diálogo?
Textos bíblicos: Gn 9, 8-15; 1Pd 3,18-22; Mc 1, 12-15; Sl 24(25).