É feliz quem a Deus se confia

Começo minha mensagem da semana com esse refrão: “É feliz quem a Deus se confia” que vamos rezar em nossas comunidades neste final de semana como resposta a primeira leitura (Jr 17, 5-8) que diz com todas as letras: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana” e ao mesmo tempo: “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor”. O salmista identifica o primeiro com a “palha seca, espalhada e dispersada pelo vento” e o segundo como a “árvore plantada a beira d’água, sempre verde e dando frutos abundantes a seu tempo”. Fácil de perceber o que é determinante para se ter uma vida feliz e fecunda.

O evangelho de Lucas contrapõe quatro “bem-aventuranças” a quatro “ai de vós”. Dois caminhos diferentes a serem percorridos e com resultados bem diferentes. Um leva à vida e outro leva à morte. Cabe ao ser humano escolher.

Como podemos perceber os caminhos para chegar à verdadeira felicidade são completamente diferentes na ótica bíblica e na do mundo. A maioria das pessoas, inclusive muitos cristãos, acham a proposta de Jesus indecente, uma loucura, um absurdo e sem cabimento.

Se queremos uma vida feliz e realizada parece não ter outro caminho, senão o da confiança em Deus, o caminho do Evangelho (das bem-aventuranças). Quem trilhar esse caminho pode se alegrar e exultar, porque será grande a sua recompensa nos céus. Esse é o caminho estreito dos valores, da moralidade, da disciplina, da responsabilidade. O caminho que leva à vida e à felicidade que nunca se acaba. É o caminho do Reino de Deus.

Muitos fazem consistir a felicidade em ter dinheiro e bens materiais, deixando em segundo plano a família, os amigos, a saúde e até o próprio Deus. Fazem consistir a vida em trabalhar para ter sempre mais coisas e conquistar uma posição social importante, experimentar os prazeres que o mundo possibilita. Quem envereda pelo caminho do ter, do prazer e do poder pode até ter momentos de gozo, mas sempre ficam com um gosto amargo, nunca aquela felicidade duradoura e alegria profunda.

Na medida que as pessoas se agarram as coisas e se afastam da fonte (Deus), acabam por encontrar trevas, morte, desilusão. Quem se aproxima de Deus e escuta sua palavra encontra luz e alegria: a verdadeira felicidade!

Somos responsáveis das escolhas que fazemos e, consequentemente, dos frutos que produzimos. Depende de nós optarmos pela benção ou maldição, pela vida ou pela morte. Sejamos espertos, não nos deixemos iludir e enganar por promessas de vida fácil e isentas de sacrifício.

Feliz aquele que põe sua confiança no Senhor, pois não será confundido! Felizes os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos porque deles é o Reino dos Céus! O caminho da verdadeira felicidade é sim o caminho das bem-aventuranças, dos valores evangélicos, da vida partilhada, da justiça, do amor e da paz.

 

Para refletir:

• Considero-me uma pessoa feliz?
• Em que faço consistir a minha felicidade?
• Consigo ver na profecia de Jeremias e nas bem-aventuranças do Evangelho uma boa notícia? Um caminho a ser percorrido?
• Acredito e confio em Deus? Como e onde isso se manifesta?

 

Textos bíblicos: Lc 6, 17.20-26; Jr 17, 5-8; Sl 1,1-6; 1Cor 15, 12.16-20.