“Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca da paz” é o título que o papa escolheu para sua mensagem de paz para 2018. Essa mensagem vem completar nossa reflexão sobre a paz.
Estes últimos «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz». Para encontrá-la, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.
Com espírito de misericórdia abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.
Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que, às vezes, se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados.
Alguns consideram as migrações uma ameaça. Convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.
Precisamos lançar sobre a cidade onde vivemos um olhar contemplativo, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, ruas, praças, promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça, realizando a promessa da paz.
Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.
O Papa concluiu, indicando quatro pistas de ação: acolher, proteger, promover e integrar. Propõe a definição e aprovação por parte das Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. Estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas.
É importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz e superar a globalização da indiferença.
Nunca deixemos de ser homens e mulheres, construtores de paz!
Para refletir:
Sugestão de leitura:
Texto bíblicos de Nm 6, 22-26; Jo 20, 19-29