No último domingo de fevereiro, a Diocese de Osório celebra a Festa de Nossa Senhora das Lágrimas, no belo recanto no Alto do Caraá, local interiorano, aproximadamente a 16 Km de Osório e uns 20 Km de Santo Antônio da Patrulha. Muitos são os peregrinos que acorrem a este pequeno Santuário neste final de mês, provenientes dos municípios vizinhos do Litoral Norte e da Grande Porto Alegre.
Essa devoção popular a Nossa Senhora das Lágrimas cresce de ano para ano. Sempre faz muito bem ao corpo e ao espírito uma volta à casa da mãe. Desejando, é sempre possível aproveitar para uma boa confissão e, assim, retornar de coração purificado e espírito renovado.
A devoção a Nossa Senhora das Lágrimas foi trazida pelos imigrantes italianos provenientes da Província de Bergamo, norte da Itália.
O milagre que deu origem a essa devoção aconteceu na cidadezinha de Treviglio, ainda em 1522, quando vendo-se cercada pelo inimigo, embora demonstrando seu desejo de paz, o general do exercito inimigo não aceitou a proposta e mostrou-se determinado a invadir e matar. O povo correu diante da imagem de Nossa Senhora, desesperado e pedindo proteção.
Diante do clamor dos devotos a Imagem começou a lagrimar. A notícia se espalhou como um relâmpago. Alguns soldados do exercito foram verificar e chamaram o general que pessoalmente observou o prodígio. Ele acabou depondo as armas aos pés da virgem e bateu em retirada, sem nenhum derramamento de sangue.
Essa experiência viva da intercessão da Virgem Maria provocou uma grande devoção e hoje a cidade goza de um grande santuário.
E como começou essa devoção aqui no Brasil?
Não temos conhecimento de outros lugares que cultivem essa devoção em nosso país. O que torna ainda mais interessante valorizarmos essa riqueza de piedade popular.
Foi assim, o colono Isidoro Meregalli, morador do Caraá, vendo sua esposa desenganada pelos médicos prometeu que se ela recuperasse a saúde iria construir uma capela e colocado nela a imagem de Nossa Senhora das Lágrimas.
Como foi atendido – sua esposa ficou curada e viveu mais trinta anos – em 1893 concluiu a construção da primeira capela em madeira e colocou uma imagem da Virgem das Lágrimas.
Hoje, diante da fé simples de Abraão que escuta a voz de Deus e responde: “Aqui estou”, da disponibilidade de Maria: “eis aqui a serva do Senhor!” e da voz de Deus: “Este é o meu filho amado, escutai o que diz”, abramos nosso coração e escutemos a sugestão da Mãe: “Fazei tudo o que Ele vos disser!
Deus por Maria escutou o grito dos trevilhenses, do senhor Isidoro, será que não escuta o clamor de tantos que a Ela se confiam?
Nossa Senhora das Lágrimas, rogai por nós!
Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo Diocesano
Para refletir:
1. Na minha vida de oração, cultivo a espiritualidade mariana? Quando recorro a Ela? Consigo manter uma relação filial com Nossa Senhora? Qual a minha principal invocação? Como costumo me dirigir a Ela?
2. Mãe é sempre mãe e nunca esquece dos seus filhos. Sinto-me filho amado de Maria? Costumo prestar atenção a voz de Deus?
Texto Bíblicos: Gn 22,1-18 ou Lc 1, 26-38 ou Mc 9, 2-10