Sabemos que o papa Francisco quis que o 3º Domingo do Temo Comum fosse dedicado à PALAVRA. É uma forma de ajudar-nos a tomar consciência que assim como foi no passado, será também no presente e no futuro a referência mais importante para iluminar nossos passos diante das situações e desafios que o mundo nos põe como crentes que desejam viver fiéis ao pensamento de Deus revelado nas Sagradas Escrituras.
No longo caminho histórico do povo de Deus, conforme as indicações bíblicas, a referência principal para o discernimento e as escolhas maduras na vida sempre foi e continua sendo a Palavra de Deus. É costume cristão reunir-se em torno da Palavra, refletir e confrontar as realidades inerentes ao que cada pessoa realiza no cotidiano.
A Palavra de Deus é geradora de esperança e alegria, mas também de comprometimento com as realidades do Reino de Deus. Ela é capaz de reconstruir a vida da pessoa e da comunidade, porque orienta para a superação das debilidades pessoais e comunitárias, de modo especial, as divisões e as atitudes inconsequentes. Provoca unidade, comunhão e serviço para o bem comum.
A força da Palavra, como podemos perceber em Neemias 8,2-10, fez com que o povo judeu, no tempo do pós-exílio da Babilônia, recuperasse sua identidade. Não só a identidade perdida, mas também a reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém. Palavra que motiva, cria ânimo e eleva a autoestima dos desanimados, daqueles que agem com paixão e confiança na mensagem que lhes é proferida.
Uma comunidade cristã nasce e cresce ao redor da Palavra de Deus. Ela ocasiona o surgimento de lideranças e serviços para o bem de todos e harmoniza as diferenças e divisões, que dificultam o bem viver de seus membros. É justamente o que fazia Jesus quando anunciava a mensagem e orientava as pessoas para uma contínua vigilância, vivência fraterna e responsável.
Muitos têm dificuldades para colocar em prática o projeto de Jesus Cristo, porque exige determinação e coragem para enfrentar os obstáculos e as maldades do mundo. Projeto que não compactua com as diversas formas de violência, opressão e marginalização.
Assim como Jesus assumiu a profecia de Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista, para libertar os oprimidos e proclamar um ano da graça do Senhor”, nós também possamos fazer o mesmo com a Palavra de Deus que escutamos em nossas liturgias. Assim, o Mistério da Encarnação se prolonga na história até que todos tenham acolhido o Verbo da vida. Esse é o caminho da PALAVRA.
Para refletir:
Que importância tem a Palavra de Deus na minha vida? Tenho hábito de ler, meditar e rezar a Sagrada Escritura? O que experimento quando ouço a Palavra de Deus na Liturgia? Quais sentimentos botam em mim quando a frequento com simplicidade de coração?
Textos bíblicos: Ne 8, 2-10; 1Cor 12, 12-30; Lc 4, 14-21; Sl 18B (19).