Como mensagem para essa semana, partilho com vocês uma reflexão de Pedro Miskalo que lemos no editorial da Revista Mundo e Missão deste mês de setembro, pois achei que pode fazer bem a todos nós. Assim escreve:
“Ouvir e refletir sobre o Evangelho no mês consagrado à Bíblia é uma coisa boa; mas viver a Boa Nova é o que mais vale. É o ideal, quase uma utopia. Em seus pilares estão o desejo humano e a curiosidade de descobrir alguém que lhe mude a vida. Cheios de curiosidade, dois dos discípulos de João Batista, perguntam ao jovem de semblante sereno: “Onde moras?” “Venham e vejam!”, foi a resposta de Jesus. E eles o seguiram até a própria morte.
Hoje o endereço do Senhor é a sua Boa Notícia. Se o Evangelho é a raiz da fé cristã, a Igreja é a sua árvore por inteiro: raízes profundas, tronco imponente, galhos que se entrecruzam, milhares de folhas, de flores e de frutos serenamente expostos à luz que vem do Alto.
Em sua seiva está quase tudo o que procuramos: ‘o elevado e o divino, se procuramos o elevado e o divino; o importante e o histórico, se procuramos o importante e o histórico; absolutamente nada, se absolutamente nada procuramos’ escreveu o teólogo Karl Barth.
Nas raízes da nova Aliança, ‘o novo céu e a nova terra’ anunciados por Jesus, estão evangelistas, apóstolos, discípulos, mártires, cujo sangue regou a semente de novos discípulos, missionárias e missionários, anacoretas, abades e abadessas, … Em suma, todo povo de Deus espalhado pela ‘casa comum’. Desde a gruta de Belém, santos e pecadores se sucedem com suas alegrias e cruzes sob este imponente ‘pé de mostarda’.
Para elaborar os livros sagrados ao longo dos séculos, Deus serviu-se de homens bons e capazes para que, agindo neles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo o que Ele queria. Por isso, ‘toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as boas obras’ (2Tm 3,17). Portanto, todo cristão deve conhecer e amar, sempre mais e melhor as raízes da sua Igreja, a Sagrada Escritura, tesouro que o torna jovem, assim como jovem é o Evangelho”.
Creio que entendemos perfeitamente o que significa que o Evangelho é sempre jovem e nunca envelhece. Igualmente serão sempre jovens aqueles que o acolhem, meditam e buscam vivê-lo integralmente.
São João Calábria pedia a seus colaboradores de acolher o Evangelho “sine glossa”, ou seja, “assim como Ele é”, sem adocicá-lo e sem fundamentalismos. E os exortava a serem: “Evangelhos vivos”. Para esse Domingo da Bíblia deixo aqui o apelo/convite: Sejamos “Evangelhos vivos”, vivendo a justiça, a paz, o amor e o perdão!
Para refletir: Consigo entender o que significa que o Evangelho é sempre jovem? Como Ele gera vida e jovialidade em mim e na minha comunidade? Quando nos tornamos “Evangelhos vivos”?
Textos Bíblicos: Sab 2,12.17-21; Tg 3,16-4,3; Mc 9,30-37; Sl 53(54)