Os meses de junho e julho, em todas as comunidades, de norte a sul do Brasil, são marcados pelas festas populares, também chamadas ‘Festas Juninas’. Além do folclore mais ou menos acentuado, lembram alguns santos: Santo Antônio, São Luiz, São João Batista, São Pedro e São Paulo e outros.
As celebrações festivas e as devoções populares ajudam a manter viva a chama da fé em muitos corações simples e humildes que de ano a ano recorrem aos seus padroeiros, renovando sua abertura para Deus, a quem se confiam. Acreditam que pela santidade deles têm poder de aproximá-los do Senhor.
O documento de Aparecida deixa bem claro que “a piedade popular é uma maneira legítima de viver a fé, um modo de se sentir parte da Igreja e uma forma de ser missionários, onde se recolhem as mais profundas vibrações da América Latina” (264).
Mais ainda: “a piedade popular penetra delicadamente a existência pessoal de cada fiel… Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus: um crucifixo, um rosário, uma vela que se acende para acompanhar um filho em sua enfermidade, um Pai Nosso recitado entre lágrimas, um olhar entranhável a uma imagem querida de Maria, um sorriso dirigido ao Céu em meio a uma alegria singela” (261).
É assim que muitos cristãos nossos vão alimentando sua fé e vão testemunhando sua esperança, contagiando com sua alegria as pessoas convidadas para a festa, sinal do Reino já presente entre nós e colaborando para que a Igreja se renove continuamente na missão que tem de tornar o Evangelho conhecido à aqueles que ainda não tiveram a graça de encontrar Jesus.
O empenho de muitos em preparar o encontro festivo para bem acolher os convivas, a novena ou tríduo ajuda a trazer à memória a história e caminhada de fé herdada dos núcleos familiares e a atualidade que pede respostas novas, faz com que a missão da Igreja prossiga e se renove com a participação de todos.
Acreditamos que “a piedade popular é imprescindível ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se faça mais fecunda” (262). É uma pedra preciosa que precisa ser lapidada para que brilhe sempre mais e melhor o seu valor.
Longe de nós querer acabar com a piedade popular e suas manifestações. Esses irmãos nossos que viveram exemplarmente sua vocação nos estimulam a perseguir o caminho da santidade e na missão.
Para refletir:
1. Costumo participar das festas populares que acontecem na minha comunidade?
2. Como manifesto minha fé? Onde nutro minha espiritualidade?
3. As romarias aos santuários, a reza do terço, a leitura da Sagrada Escritura faz parte das minhas práticas religiosas?
Textos Bíblicos: Mt 13, 44-46; Mc 4,26-34; Is 52, 7-10