A Diocese de Osório se alegra com mais uma vocação que se confirma com a ordenação diaconal de Luciano Ferri Pires, 26 anos, natural de Osório-RS, na próxima sexta-feira, 9 de outubro, às 19h30min, na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, Asa Norte, Brasília-DF.
Luciano será ordenado diácono com outros cinco seminaristas, os quais escolheram um trecho do evangelho de João como uma Palavra de Deus para todos e que marcará a ordenação diaconal, onde o próprio Jesus Cristo diz: “Já não estou no mundo; mas eles permanecem no mundo e eu volto a ti. Pai Santo, guarda-os em teu Nome que me deste, para que sejam um como nós” (Jo 17, 11). Segundo o seminarista, este é o desejo dos seis jovens que serão ordenados diáconos no dia 09 de outubro: “Sermos um com Cristo!”
As raízes
Luciano é filho do Luis Fernando Pires e da Elaine Calabrezi Ferri Pires, paroquianos na Paróquia Nossa Senhora do Caravaggio em Osório. O jovem também tem uma irmã chamada Fernanda, 4 anos mais velha que ele, casada com o Marcelo, pais do primeiro sobrinho nascido em 7 de julho deste ano, o Ruy.
Seminarista desde 2011 no Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater de Brasília, alcança uma importante etapa da sua caminhada vocacional e formação, será ordenado diácono transitório (em vista da ordenação presbiteral) na celebração presidida pelo atual administrador diocesano Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida.
Segundo Luciano, mesmo em meio a pandemia, a Igreja não deixa de alegrar com a ordenação de novos ministros. Serão ordenados com o Luciano seis novos diáconos e todos, de acordo com o seminarista, estão abertos a partir para qualquer lugar que Deus os enviar. Será possível acompanhar a celebração ao vivo pelo canal do Seminário no Youtube.
“Para mim, a ordenação diaconal significa um novo tempo na minha vida de cristão e na vocação à qual o Senhor me chamou, marcada pela missão e pela preparação para a ordenação presbiteral em 2021. Ainda não temos datas para a ordenação presbiteral, mas tenho a certeza que será no tempo que Deus escolher (risos). Essa será a melhor data!”, responde confiante.
Trajetória de vida e missão
O seminarista conta que ingressou no Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater de Brasília no ano de 2011. Após quatro anos, mais ou menos, de acompanhamento vocacional foi enviado ao Seminário e iniciou os estudos cursando o propedêutico (ano introdutório). No segundo ano iniciou o curso de Filosofia por dois anos. Por se tratar de um seminário missionário, fez três anos de missão durante o tempo de formação. Esteve nos anos de 2014 e 2015 em missão no Maranhão e 2019 no Amazonas. Os anos de 2016 até o final de 2018 cursou a Teologia. No início deste ano começou a etapa pastoral na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Águas Claras, Brasília-DF.
Perguntado ao jovem como será a sua atuação como diácono, responde que “a missão na paróquia mediante o ministério se intensifica, pois começarei a batizar, fazer casamentos, dar bênçãos, etc. Contudo, sempre a experiência de evangelização nos acompanha, pois desde o início do meu percurso vocacional, Deus me chamou para fazer parte de um carisma da Igreja, o Caminho Neocatecumenal, que tem por escopo anunciar a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Tal realidade acontece mediante um itinerário de formação cristã para a renovação do Batismo, pois ele é a porta de entrada para a Igreja que está em peregrinação neste mundo para anunciar e manifestar a Boa-notícia (Querigma), capaz de salvar o homem.”.
O despertar para a vocação
Luciano lembra que desde muito cedo percebeu estava sendo chamado à vocação presbiteral. Entre as suas memórias destaca quando ajudava o pároco, na época o Pe. Marcelino, com cerca de 8 anos como coroinha. Outra lembrança já com 13 anos, quando pela primeira vez se sentiu chamado durante um encontro vocacional em São Paulo, com os iniciadores do Caminho Neocatecumenal.
“Desde muito cedo minha avó me levava nas missas da capela Nossa Senhora dos Navegantes que está na frente da casa dos meus pais, no bairro Porto Lacustre, em Osório. Ali, Deus já estava “trabalhando”. De fato, eu não fazia ideia de como seria o processo vocacional”, recorda-se.
A partir dos 14 anos, Luciano começou a participar, uma vez por mês, de alguns encontros vocacionais com a equipe de catequista itinerante do Caminho Neocatecumenal no Rio Grande do Sul. Nesses encontros ele fazia a leitura orante da Palavra, conversava com eles, rezava, comia pizza, etc… Como ele conta, “nada de outro mundo”, mas que o fazia experimentar uma enorme felicidade.
Após anos sendo acompanhado, sobretudo dentro de uma comunidade do Caminho Neocatecumenal na Paróquia Nossa Senhora de Caravaggio em Osório-RS, a vocação do jovem foi amadurecendo e, cada vez mais, sentia-se chamado a se “arriscar”, como ele mesmo define ser “uma aventura que é a vocação sacerdotal”.
No final de 2010, ao terminar o ensino médio e o curso técnico em eletrotécnica, com 17 anos, foi enviado para Brasília para participar de um encontro de convivência com todos os vocacionados do Brasil. Nesse mesmo encontro foi convidado a ingressar no Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater de Brasília, onde no início do ano seguinte começou os estudos.
“Vivi a minha juventude antes do seminário como um jovem normal. Gostava de me divertir, passear com a minha família, de sair para me encontrar com os amigos, jogar truco, pescar, etc… algumas vezes cheguei inclusive a cometer alguns “exageros” nas festas que eu fui, pois ainda tinha muito o que amadurecer na vocação, amadurecer como pessoa, mas, sobretudo, como cristão. Toda essa caminhada, cheia de adversidades, só terminará quando partirmos para a nossa morada definitiva: o Céu. Sou muito agradecido a Deus que me escolheu sem méritos da minha parte. Os que convivem comigo conhecem os meus inúmeros defeitos, mas cada dia estou mais convencido que, no fundo, sou muito mais amado pelos meus defeitos do que pelas minhas virtudes”, revela o seminarista.
Luciano e uma palavra às/aos jovens!
“Deixo um encorajamento aos jovens. No ano de 1999, o então Papa João Paulo II (hoje São João Paulo II) na mensagem direcionada aos jovens por ocasião da XIV Jornada Mundial da Juventude, disse o seguinte: “Na nossa época, a Igreja e o mundo têm, mais do que nunca, necessidade de “missionários” que saibam proclamar, com a palavra e o exemplo, esta fundamental e consoladora verdade. Conscientes disto, vós, jovens de hoje e adultos do novo milênio, deixai-vos “formar” na escola de Jesus. Na Igreja e nos vários ambientes em que se realiza a vossa existência quotidiana, tornai-vos testemunhas críveis do amor do Pai!”
Tenham a certeza de que em nenhum momento me arrependi de ter “arriscado” a minha juventude nessa “aventura” de seguir a Jesus Cristo. Os sofrimentos, as dificuldades, os pecados, as “cruzes” que se levantam todos os dias, não me fizeram duvidar nunca da certeza do amor de Deus por mim. Essa verdade me fortalece e me sustenta no combate diário que é travado; tudo isso, sem nunca perder a alegria que vem de poder anunciar a Boa-notícia que transformou a minha vida e a da minha família.
Muito obrigado a tantas pessoas que me anunciaram o amor de Deus, as vezes somente com o exemplo de vida, e a muitas outras que fazem parte desta história de salvação. Que Deus vos abençoe e retribua o cêntuplo!”