Nesta quinta-feira, 31 de dezembro, o Papa Francisco preside na Basílica Vaticana, às 13h – horário de Brasília, às Vésperas e o canto do Te Deum em Ação de Graças pelo ano de 2020, que foi marcado pela pandemia da Covid-19 que paralisou o mundo e matou milhares de pessoas.
Já na sexta-feira, dia 1° de janeiro, Francisco preside às 6h – horário de Brasília, a solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus e 54º Dia Mundial da Paz 2021, que traz como tema: “A cultura do cuidado como percurso de paz”. Todas as missas serão transmitidas pelo Vatican News, com comentários em português.
O texto que faz referência a pandemia e pontua que a Covid-19 agravou outras crises, como a climática, a alimentar, a econômica e a da migração.
“O ano de 2020 ficou marcado pela grande crise sanitária da covid-19, que se transformou num fenômeno plurissetorial e global, agravando fortemente outras crises interrelacionadas como a climática, alimentar, econômica e migratória, e provocando grandes sofrimentos e incómodos”, escreve o papa na mensagem.
Francisco lembrou ainda no texto das pessoas que perderam familiares ou entes queridos, os que ficaram sem trabalho, fez um agradecimento especial aos que trabalham em hospitais e centros de saúde e fez um apelo às autoridades para que as vacinas sejam acessíveis a todos.
Toda a mensagem do Pontífice, enfim, é estruturada para afirmar o princípio de que não há paz sem a cultura do cuidado.
“Neste tempo, em que a barca da humanidade, sacudida pela tempestade da crise, avança com dificuldade à procura dum horizonte mais calmo e sereno, o leme da dignidade da pessoa humana e a «bússola» dos princípios sociais fundamentais podem consentir-nos de navegar com um rumo seguro e comum. Como cristãos, mantemos o olhar fixo na Virgem Maria, Estrela do Mar e Mãe da Esperança”, destaca o texto.
O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.
Ano Novo
Origem do “Te Deum”
O Te Deum é um hino litúrgico tradicional. Seu texto foi musicado por vários compositores, entre os quais Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Joseph Haydn, Hector Berlioz, Anton Bruckner, Antonín Dvorák, e até o imperador do Brasil, Dom Pedro I.
O Te Deum “é um hino muito antigo, alguns atribuem até a Santo Ambrósio e Santo Agostinho, mas já no século VI, São Bento fez menção a este hino. Trata-se de um hino de louvor a Deus, de ação de graças.
Este hino, que inicia com as palavras “Te Deum laudamos” (“a vós, ó Deus, louvamos”), tem um sentido trinitário porque menciona três pessoas, fazendo com que nós nos unamos aos anjos quando dizem: “A Ti aclamam todos os Anjos, os céus, todas as potestades, os querubins e os serafins”.
Assim, nós nos unimos a esta aclamação dos anjos a Deus, dizendo “Santo, Santo, Santo”, como na Missa. Com este canto, também pedimos a Deus que venha em socorro dos seus servos.
Este hino é cantado na tarde do último dia do ano (31), no final das Primeiras Vésperas da Solenidade da Santa Mãe de Deus. Antigamente, este celebração era comum.
Na história do Brasil, sabemos que quando Dom João VI chegou em terras brasileiras, ao desembarcar foi à Catedral para participar do canto do Te Deum. Quando Dom Pedro I e Dom Pedro II visitavam as cidades eram recebidos com este canto de agradecimento. Não eram celebradas Missas, mas o Te Deum.
A celebração das Vésperas, que contava com uma homilia, algum canto, uma celebração litúrgica, se perdeu um pouco no século XIX. Hoje em dia, é prescrita para o Ofício Divino, aos domingos, festas e solenidades, equivalente ao Glória da Missa.
Anos atrás, Paulo VI e João Paulo II iam à igreja dos jesuítas, Igreja do Jesus, em Roma, no último dia do ano e presidiam ao hino do Te Deum. Muitas vezes, este canto se faz durante a exposição do Santíssimo Sacramento. (MT)
>> Veja aqui a íntegra da mensagem do 54º Dia Mundial da Paz
Fonte: Vatican News